Europa em alerta: França propõe endurecer barreiras comerciais face à China
O ministro das Finanças francês propõe reforçar as medidas alfandegárias para proteger a indústria europeia das crescentes importações chinesas que ameaçam o mercado.

O ministro das Finanças francês, Eric Lombard, defendeu neste sábado a necessidade de a Europa fortalecer as suas barreiras comerciais para lidar com as importações provenientes da China, que podem comprometer a economia industrial do continente.
Lombard destacou que, embora a Europa já tenha implementado algumas restrições sobre o aço e os automóveis, é imperativo que as regras sejam ampliadas para abranger um maior número de produtos importados da China. “No contexto atual, é vital que protejamos a nossa indústria”, afirmou o ministro durante uma conferência económica em Aix-en-Provence.
“Precisamos de agir em todos os setores industriais, pois, se não o fizermos, a estratégia chinesa, que visa assegurar mais de 50% de participação no mercado global em cada área, poderá devastar a nossa indústria”, alertou Lombard.
As declarações do ministro reflectem a crescente ansiedade em Paris face aos impactos das iniciativas comerciais do ex-Presidente dos EUA, Donald Trump, que podem afetar a Europa em múltiplos níveis, não se limitando apenas a tarifas sobre as exportações europeias para os Estados Unidos.
Recentemente, a China anunciou a imposição de direitos anti-dumping sobre o brandy europeu, embora tenha isentado os principais fabricantes de conhaque que concordaram em seguir preços mínimos. Esta situação ocorreu na sequência da decisão da União Europeia, em 2024, de aplicar impostos de até 45% sobre veículos eléctricos fabricados na China.
Além disso, um novo sinal de tensão nas relações entre a Europa e Pequim foi detectado com o Governo chinês a planear reduzir a cimeira de dois dias com os líderes da União Europeia para apenas um.
No mesmo evento em Aix-en-Provence, o ministro francês da Indústria, Marc Ferracci, juntou-se ao apelo de Lombard para que a Europa fortificasse as suas defesas contra as importações chinesas.