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Estudo do ACP alerta para riscos elevados em 11 km das ciclovias de Lisboa

Um estudo do ACP revela que 22,09% da rede ciclável de Lisboa apresenta risco elevado ou extremo, apontando a necessidade urgente de melhorias na segurança das ciclovias.

há 5 horas
Estudo do ACP alerta para riscos elevados em 11 km das ciclovias de Lisboa

O Automóvel Clube de Portugal (ACP) apresentou hoje em Lisboa um estudo intitulado ‘Avaliação de risco das ciclovias de Lisboa’, que analisa a segurança das infraestruturas cicláveis na cidade.

A investigação, que cobriu 51,56 quilómetros da rede, revela que 22,09% das vias analisadas correspondem a 11 km de risco elevado ou extremo. O estudo utilizou o método CycleRAP, que avalia a segurança das ciclovias, identificando os principais fatores de risco associados a colisões.

De acordo com as descobertas, 53,53% da rede de ciclovias apresenta risco médio e 24,38% são consideradas de baixo risco. Muitos dos acidentes registados desde 2019 motivaram a elaboração deste diagnóstico para melhorar a segurança dos ciclistas.

Em termos de colisões, o estudo indica que há um risco reduzido entre ciclistas em 95,64% da rede, enquanto os conflitos entre ciclistas e peões revelam 79,98% de risco baixo. No entanto, as interações entre veículos e bicicletas destacam-se como a maior preocupação de segurança, com 13,24% das vias apresentando risco elevado e 7,13% risco extremo.

Particularmente preocupante é o segmento da Rua Castilho, classificado com 100% de risco extremo devido à falta de barreiras físicas, expondo os ciclistas ao tráfego. O estudo sugere a relocação das ciclovias para o lado oposto da rua, promovendo segregação total e minimizando os conflitos com veículos.

Na Avenida Almirante Reis, também conhecida como “ciclovia da discórdia”, as melhorias implementadas resultaram numa diminuição significativa de zonas de risco extremo, com mais de 80% do corredor agora classificado como de baixo risco.

A Avenida de Berna, que tem sido alvo de críticas por parte de moradores e utilizadores, também foi analisada, revelando a necessidade de uma reestruturação para integrar ciclovias e transporte público de forma segura.

O estudo conclui que a aplicação de intervenções adequadas poderá reduzir os níveis de risco global até 68%, evidenciando a urgência na priorização de investimentos em segurança ciclável. A combinação das metodologias CycleRAP e Lane Patrol oferece um modelo que pode ser replicado em outras cidades portuguesas, promovendo o uso seguro da bicicleta e opções de mobilidade sustentável.

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