Mundo

Egito critica Israel por desconsiderar proposta de cessar-fogo

O Egito denunciou que Israel ignorou o plano de cessar-fogo já aceito pelo Hamas, alertando para um agravamento do conflito na Faixa de Gaza e suas implicações regionais.

há 1 hora
Egito critica Israel por desconsiderar proposta de cessar-fogo

O Governo egípcio fez saber hoje que Israel não deu atenção à proposta de cessar-fogo, a qual já foi acolhida pelo grupo militante Hamas. O Egito alertou para um "grave erro de cálculo" que poderá resultar numa "escalada do conflito" na região.

No comunicado emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio, foi reiterada a condenação dos planos de Israel de controle sobre a Cidade de Gaza, qualificado como "mais um passo na consolidação da sua ocupação ilícita dos territórios palestinianos e uma violação clara do direito internacional".

A operação militar em curso demonstra a indiferença de Israel para com os esforços de mediação e o acordo de cessar-fogo que envolve não só a libertação de reféns, mas também a distribuição de ajuda humanitária. O Egito, em parceria com os Estados Unidos e o Qatar, tem tentado aproximar as partes o que, até agora, não obteve êxito.

Nas últimas semanas, o Gabinete de Segurança de Israel aprovou um plano para a ocupação da Cidade de Gaza, expandindo as ações militares para os campos de refugiados situados na costa central, provocando uma onda de críticas tanto a nível internacional como interno.

O próprio comandante das forças armadas de Israel expressou preocupação quanto à segurança dos cerca de 20 reféns que se acredita que ainda estão em poder das milícias palestinianas.

Após a declaração de que os militares israelitas controlam já as entradas da cidade, as autoridades do Egito criticaram a postura "arrogante" de Telavive, que, segundo elas, serve apenas interesses políticos ou ilusões de poder.

O comunicado do Ministério egípcio advertiu que a abordagem atual de Israel é um erro que reflete o declínio e fragilidade da justiça internacional, apontando que irá provocar uma nova intensificação do conflito, com consequências nocivas duradouras para as relações entre os povos da região.

Os mediadores do Egito, do Qatar e dos Estados Unidos aguardam uma resposta do governo israelita a uma nova proposta apresentada na passada segunda-feira, que foi prontamente aceita pelo Hamas no dia seguinte. Esta proposta contempla uma pausa de 60 dias nos combates, no qual o Hamas prometeu libertar 10 reféns vivos e 18 óbitos em troca de diversos prisioneiros palestinianos.

Durante este período de trégua, o Hamas compromete-se a interromper as suas operações militares e Israel estará disposto a retirar as suas tropas, facilitando a entrada e distribuição de ajuda humanitária, enquanto continuam as negociações para um acordo definitivo.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Egito apelou à comunidade internacional para que intervenha de forma urgente, pondo fim à guerra em Gaza e aos crimes cometidos contra civis palestinianos inocentes. Pediu, ainda, que o Conselho de Segurança da ONU assuma as suas responsabilidades no que diz respeito à paz e segurança internacionais, a fim de evitar um agravamento da situação e da instabilidade no Médio Oriente.

Dados da ONU indicam que a Faixa de Gaza enfrenta uma "situação de fome catastrófica", que se agravou desde março passado, após Israel romper o último cessar-fogo com o Hamas e bloquear as atividades das agências da ONU e de ONGs na região.

Este conflito foi precipitado pelos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultaram na morte de cerca de 1.200 pessoas em Israel e no sequestro de aproximadamente 250 indivíduos. Em retaliação, Israel iniciou uma ampla operação militar em Gaza, que já resultou na morte de mais de 62 mil pessoas, segundo dados das autoridades locais, devastando quase todas as infraestruturas do território e forçando a deslocação de centenas de milhares de cidadãos.

#PazNoOrienteMédio #CessarfogoJá #SolidariedadePalestina