Direção de Ortopedia do Hospital Santa Maria renuncia em alerta sobre crise no SNS
A demissão do diretor do serviço de Ortopedia do Santa Maria foi interpretada pela FNAM como um alerta sobre o desgaste dos profissionais do SNS, após 12 ortopedistas se recusar a fazer horas extraordinárias.

A renúncia do diretor do serviço de Ortopedia do Hospital Santa Maria, confirmada pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM), levanta questões cruciais sobre a crise que afeta o Serviço Nacional de Saúde (SNS). A presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, indicou que esta saída não é meramente pessoal, mas sim um "grito de alerta" em relação ao esgotamento dos trabalhadores da saúde, enfatizando a gravidade da situação diária.
Em declarações à Lusa, Bordalo e Sá destacou que a demissão do doutor Paulo de Almeida ocorreu depois de 12 ortopedistas do hospital terem apresentado escusas para realizar horas extraordinárias, ilustrando a pressão que estes profissionais enfrentam. "Quando um grupo significativo de especialistas recusa continuar a lidar com o peso das urgências e das horas extras incessantes, o diretor sente que não pode continuar a exercer a sua função," afirmou.
Esta situação agrava o panorama já preocupante do Hospital Santa Maria, em Lisboa. Bordalo e Sá não poupou críticas ao governo, sublinhando que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, "não deve sentir orgulho" em relação a estes números alarmantes. "Isto é uma fuga, um abandono. O primeiro-ministro decidiu manter o mesmo curso na saúde, com o mesmo executivo e a mesma ministra, Ana Paula Martins, apesar dos avisos constantes sobre esta problemática," concluiu.