Despedida a Mário Martins: A Lenda da Música Portuguesa
Margarida Balseiro Lopes, Ministra da Cultura, expressa profundo pesar pela morte de Mário Martins, icónico produtor que impulsionou grandes talentos da música em Portugal.
A Ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes, manifestou esta quinta-feira a sua tristeza pela morte de Mário Martins, um produtor discográfico reconhecido pela sua notável sensibilidade e pelo papel fundamental na carreira de vários artistas de renome da música portuguesa.
“Mário Martins, o produtor que com uma grande sensibilidade lançou diversos nomes marcantes da música nacional, faleceu hoje aos 90 anos numa unidade hospitalar em Lisboa, conforme informou a Casa do Artista à agência Lusa. Endereço as minhas mais sentidas condolências à família, amigos e a todos os artistas que tiveram a sorte de colaborar com ele ao longo das últimas décadas”, escreveu a ministra na plataforma X.
Martins foi uma figura central na construção de carreiras de artistas como Carlos Paião, José Cid, Marco Paulo e Rui Veloso. Nos anos 70, destacou-se ao assinar o contrato de António Variações com a Valentim de Carvalho, tornando-se o mentor de muitos outros ícones, desde Amália Rodrigues a Simone de Oliveira e Frei Hermano da Câmara.
De acordo com suas próprias palavras, Mário Martins sempre valorizou o lado profissional da sua relação com os artistas, mas também cultivou amizades, como esboçou numa entrevista anterior. Mencionou com carinho a declamadora Maria Germana Tânger e o artista José Cid, que frequentemente o convidava para os seus espetáculos.
José Cid, em tributo a Martins, descreveu-o como uma "figura fulcral" na música em Portugal, que marcou a vida de muitos artistas. “Foi ele quem me acolheu nos anos 60, quando enfrentei enormes dificuldades para entrar no mundo da música. Graças a Mário Martins, consegui ter uma posição destacada na Valentim de Carvalho”, recordou.
O produtor não só abriu portas, como também sempre lutou pela liberdade criativa dos artistas, enfrentando até desafios dentro das editoras. “O nosso relacionamento foi um verdadeiro laço de amizade e Mário sempre foi uma pessoa inteligente e culta, com um humor ligeiramente sarcástico”, concluiu José Cid.