Despedida a Fernando Guimarães, um ícone da poesia portuguesa aos 97 anos

Hoje, o mundo literário perdeu uma das suas figuras mais proeminentes: o poeta e ensaísta Fernando Guimarães faleceu aos 97 anos, conforme anunciado pela editora Afrontamento nas redes sociais.

Nascido a 3 de fevereiro de 1928, Fernando de Oliveira Guimarães formou-se na Universidade de Coimbra em Ciências Histórico-Filosóficas. O seu percurso profissional incluiu o ensino no secundário e a investigação no Centro de Estudos do Pensamento Português da Universidade Católica.

O seu primeiro livro de poesia foi publicado em 1956, marcando o início de uma carreira literária que o solidificou como um dos grandes poetas contemporâneos de Portugal, segundo a editora que acompanhou a sua obra ao longo de décadas.

Fernando Guimarães escreveu extensivamente, publicando dezenas de ensaios que traçam a evolução da poesia portuguesa desde o final do século XVIII até ao presente. A sua contribuição como tradutor foi igualmente significativa, tendo traduzido para português obras de destacados poetas como Byron, Shelley e Keats.

Ao longo da sua vida, colaborou com diversas publicações, incluindo O Comércio do Porto e Jornal de Letras, e foi co-diretor da revista Eros entre 1951 e 1958.

O seu talento e dedicação não passaram despercebidos, tendo recebido vários prémios ao longo da carreira. Destacam-se as distinções atribuídas pela Associação Portuguesa de Escritores e pelo PEN Clube, entre outras. Em 1995, foi nomeado Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e, em abril deste ano, foi laureado com o Prémio Vida Literária Vítor Aguiar e Silva.

Entre as suas obras mais importantes, encontram-se títulos como 'O Anel Débil', 'Limites para uma Árvore', 'A Terra Se É Leve' e 'Poética do Modernismo', bem como publicações mais recentes que continuam a chamar a atenção do público e estudiosos da literatura.