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Desalojados em Loures lutam por soluções habitacionais após demolições

36 pessoas desalojadas do Bairro do Talude Militar, em Loures, encontram-se sem alternativas habitacionais viáveis, enquanto a autarquia enfrenta críticas por falta de apoio.

30/06/2025 20:05
Desalojados em Loures lutam por soluções habitacionais após demolições

A situação no Bairro do Talude Militar, em Loures, tornou-se crítica após a demolição de habitações autoconstruídas que afetou cerca de 36 pessoas. Kedy Santos, deputado municipal da CDU, destacou que os desalojados, que se deslocaram ao Departamento de Habitação da câmara em Sacavém, permanecem sem uma solução concreta para a sua habitação.

A Câmara de Loures confirmou a destruição de 25 construções precárias como parte da sua estratégia para combater a ocupação ilegal do território, esclarecendo que 20 das estruturas eram habitadas por 37 adultos e nove crianças. Embora a autarquia tenha oferecido apoio temporário para renda e caução, Santos frisou que a maioria das pessoas rejeita a proposta, pois não conseguem encontrar casa no mercado disponível.

O deputado apelou à câmara para considerar novas construções, especialmente através do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), em vez de continuar a desalojar famílias, que incluem várias que vivem em situações de endividamento ou problemas familiares. Esta pressão tem sido necessária, face ao que ele descreveu como uma "crise habitacional" que afeta não apenas os desalojados do Talude Militar, mas também outras comunidades, como a Quinta do Mocho e o Bairro do Condenado, onde várias famílias já foram expostas à mesma situação nos últimos tempos.

Kedy Santos também expressou preocupações com a saúde mental e física dos desalojados, muitos dos quais têm crianças e idosos vulneráveis entre os seus membros. Relatou casos de pessoas agredidas durante a intervenção policial e um incêndio na área que exacerbou a situação, propondo que a Câmara de Loures deve intensificar os esforços para encontrar soluções adequadas.

A Câmara, por sua vez, reafirmou a sua política de "tolerância zero" para construções ilegais e o compromisso em impedir o aumento de núcleos de autoconstrução, especialmente aqueles que exploram a vulnerabilidade de imigrantes.

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