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Desafios da Digitalização e Inteligência Artificial em Debate na QSP Summit

O primeiro painel da QSP Summit destacou a importância da produtividade e os percalços da IA, com intervenções de líderes de diversas empresas no Porto.

02/07/2025 08:41
Desafios da Digitalização e Inteligência Artificial em Debate na QSP Summit

No primeiro painel da QSP Summit, inaugurada hoje no Palácio da Bolsa, no Porto, abordaram-se questões cruciais relacionadas com a produtividade, a digitalização e os desafios que a Inteligência Artificial (IA) apresenta.

Este painel contou com a presença de figuras influentes como António Lagartixo, presidente executivo e sócio-gerente da Deloitte Portugal; Isabel Furtado, líder da TMG Automotive; Nuno Terras Marques, presidente do conselho de administração da Vista Alegre e do Grupo Visabeira; e Rob Symington, copresidente executivo da Symington Family Estates. Os discursos giraram em torno das novas diretrizes estratégicas que as empresas devem adoptar.

A primeira a intervir, Isabel Furtado, destacou um ponto importante sobre a produtividade, afirmando que "a produtividade de uma mulher é sempre superior à do homem devido ao seu maior foco nas tarefas que desempenha". Furtado expressou também a sua preocupação com gestores que demonstram receio face à maternidade, advogando que a licença de maternidade deveria ser uma escolha da mulher, livre de imposições governamentais.

"Não sou uma mãe melhor ou pior se decidir estar em casa durante seis meses ou um ano. Se me impuserem um ano em casa, serei forçada a escolher entre ter três filhos ou alcançar uma posição de CEO", afirmou, enfatizando a necessidade de alternativas que permitam às mulheres trabalharem enquanto garantem o bem-estar dos seus filhos.

Num tom mais técnico, Rob Symington abordou os desafios que a viticultura enfrentará, revelando que as previsões climáticas para o Douro em 2050 são alarmantes. Defendeu que a resposta deve passar por uma combinação de sustentabilidade e inovação, destacando a importância da humildade e do reconhecimento de que "ninguém detém todas as respostas".

Já Nuno Terras Marques, ao falar sobre digitalização, alertou para o aumento do risco de ciberataques e questões sociais, como a perda de privacidade devido à massiva divulgação de dados nas redes sociais. Esta transformação significará que certas profissões desaparecerão, criando ao mesmo tempo novas oportunidades que vão exigir uma gestão ágil e proactiva.

António Lagartixa também deixou um aviso sobre as profissões baseadas em conhecimento, prevendo que num horizonte de cinco anos, muitas serão profundamente afectadas pela capacidade das máquinas de gerar informações que os humanos não conseguem validar. Isto levanta não apenas dilemas éticos, mas existenciais.

"O que acredito que ocorrerá é uma transição gradual. Quanto mais rapidamente nos adaptarmos, menor será o risco de ficarmos para trás. Casas que operam com sistemas digitais estão a redefinir o nosso conceito de segurança e defesa", concluiu Lagartixa.

A QSP Summit continuará até domingo, com várias sessões programadas para o fim de semana na Exponor, em Matosinhos.

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