'ATOM & VOID', de Gonçalo Almeida, foi agraciado com o Méliès d'argent para melhor curta no festival de Haapsalu, destacando questões sobre a vulnerabilidade humana e o impacto no planeta.
A curta-metragem 'ATOM & VOID', dirigida pelo cineasta português Gonçalo Almeida, obteve o prestigiado prémio Méliès d'argent de melhor curta-metragem no Haapsalu Horror and Fantasy Film Festival, na Estónia.
O júri do festival realçou que a obra "não é apenas um feito técnico impressionante, mas uma reflexão profunda sobre a natureza humana, mesmo na sua ausência". Este filme, segundo os jurados, apresenta um protagonista que busca escapar de uma situação aparentemente invencível, proporcionando assim uma visão inquietante sobre a figura de um ser vivo afetado pelas ações da humanidade.
Almeida partilha a sua preocupação com a vulnerabilidade da humanidade e o seu impacto no ambiente, afirmando que isso se torna cada vez mais claro na "era do antropoceno". O realizador critica a forma como as nações justificam os prejuízos causados pelo progresso tecnológico com argumentos de avanço científico. Ele defende que a verdadeira motivação por detrás dessas inovações é a luta pela dominância geopolítica, que desencadeia conflitos em larga escala.
Refletindo sobre a igualdade entre as espécies, o cineasta levanta questões sobre a reconciliação humana numa perspetiva cósmica.
Com uma duração de nove minutos e a utilização de uma aranha real em cenários autênticos, 'ATOM & VOID' contrasta com a utilização de inteligência artificial, afirmando que a tecnologia não deve sobrepor-se à arte cinematográfica.
O filme estreou mundialmente no Fantastic Fest, nos Estados Unidos, e foi posteriormente exibido em prestigiados festivais internacionais, incluindo o Sitges International Fantastic Film Festival, o Molins Horror Film Festival, o Les Utopiales e o PIFFF em França, onde também recebeu prémios.
Além disso, 'ATOM & VOID' será apresentado no Short Shorts Film Festival & Asia, no Japão.