"Críticas à Ministra da Saúde após parto em via pública"
O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, criticou severamente a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, após um incidente de uma grávida que deu à luz na rua, considerando que ela não possui condições para liderar a pasta.

Na terça-feira, Eurico Brilhante Dias, líder da bancada parlamentar do Partido Socialista (PS), destacou a incapacidade da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, ao afirmar que ela é "um peso morto" no executivo. Na sua visão, a ministra "não faz parte da solução" e falhou em encontrar alternativas para os desafios atuais da saúde em Portugal.
Em entrevista à SIC Notícias, Brilhante Dias referiu, em particular, o caso alarmante de uma mulher que deu à luz na rua, no Carregado, sublinhando que este é apenas um dos muitos incidentes que refletem a crise na saúde. Ele recordou ainda a greve dos técnicos do INEM e a desorganização dos meios aéreos de assistência.
"Para o PS, é essencial esclarecer que a senhora ministra já não representa uma solução. Com todo o respeito, manifestou a sua incapacidade em lidar com a situação", afirmou Brilhante Dias. Ele lembrou que a ministra havia prometido dedicar "70% do seu tempo ao INEM", mas as grávidas estão a ser embaraçadas por não saberem onde se dirigir para dar à luz.
O deputado também criticou o primeiro-ministro, dizendo que ele deveria ter discutido com a ministra as suas perspectivas em relação ao futuro da pasta. E frisou que as responsabilidades devem ser atribuídas à ministra, que, segundo ele, deveria ter iniciativa para tirar conclusões sobre a sua eficiência no cargo.
Ao questionar o cenário atual da Saúde, Brilhante Dias argumentou que "a governação nesta área tem gerado sobressaltos constantes para os cidadãos". Ele citou a promessa do governo de apresentar um plano de emergência em 60 dias, frisando que ainda se verificam as mudanças frequentes de diretores executivos e confusões operacionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Sobre a má gestão da situação que levou ao parto na rua, o líder do PS observou que a questão é recorrente, assinalando que a ministra não assume responsabilidades e tende a encaminhar situações complicadas para a Inspeção Geral das Atividades de Saúde (IGAS).
Por fim, Brilhante Dias reiterou que "a senhora ministra já não tem condições para manter um cargo que exige confiança do governo e da sociedade, especialmente dos utentes do SNS", pedindo que a continuidade dela no governo seja uma decisão considerada pelo primeiro-ministro.
A situação que provocou a indignação pública foi o parto de uma mulher de 28 anos que, devido a falhas no sistema de emergência, deu à luz na rua. Apesar de ser uma doente de risco, recebeu orientações erradas da linha de Saúde 24 e, ao tentar contactar o 112, enfrentou demoras e dificuldades de comunicação.
Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde reconheceram que houve um "erro humano" na triagem daquela chamada.