Corte sul-coreana determina prisão do ex-presidente Yoon Suk-yeol

Um tribunal na Coreia do Sul decidiu, esta manhã, aprovar a detenção do ex-presidente Yoon Suk-yeol, em resposta a várias acusações ligadas à aplicação da lei marcial que ocorreu em dezembro.

Yoon, que foi destituído em abril, está prestes a retornar a um centro de detenção nas imediações de Seul. Esta situação surge quatro meses após ter sido libertado, em março, quando o Tribunal Distrital Central de Seul cancelou a sua detenção inicial de janeiro.

Os advogados de Yoon descreveram o pedido de detenção como desproporcionado e sem fundamento. Atualmente, o caso foi remetido a um procurador especial, que investiga ainda mais alegações sobre a breve imposição da lei marcial, incluindo abuso de poder, falsificação de documentos e obstrução a deveres oficiais.

Em janeiro, o Ministério Público já havia acusado Yoon de ser o responsável por uma tentativa de rebelião, alegando que a sua acção visava um domínio ilegal sobre a legislatura e a detenção de opositores políticos. As implicações legais para estas acusações vão desde a pena de morte até à prisão perpétua.

Yoon enfrenta também acusações por ter aplicado a lei marcial sem seguir os procedimentos legais necessários, como uma consulta formal ao Conselho de Ministros, e por ter mobilizado indevidamente forças de segurança como se fossem um exército privado, numa tentativa de evitar a sua detenção no início de janeiro.

Cabe ainda destacar que Lee Jae-myung, o político liberal que o sucedeu após as eleições antecipadas de junho, promulgou uma lei recentemente que prevê investigações especiais sobre as decisões políticas de Yoon, incluindo a controvérsia da lei marcial e outras acusações que envolvem a sua administração e familiares.

A lei marcial, que teve duração de apenas seis horas, provocou uma das maiores crises políticas que a Coreia do Sul já enfrentou em várias décadas.