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Conflito entre Presidente de Junta e Bombeiros em Arganil

Em Pomares, o presidente da Junta lamenta abandono dos bombeiros que, sem motosserras, não conseguiram combater incêndio iminente na aldeia de Espinho.

15/08/2025 23:10
Conflito entre Presidente de Junta e Bombeiros em Arganil

Hoje, o presidente da Junta de Freguesia de Pomares, Amândio Dinis, denunciou que os bombeiros de uma vila do distrito de Setúbal o deixaram "abandonado" enquanto tentava guiá-los até Espinho, uma aldeia com apenas cinco habitantes, que enfrentava a escassez de água e o perigo de um incêndio nas proximidades.

A situação ocorreu durante a tarde, quando Dinis procurou a ajuda dos bombeiros, que estavam parados na aldeia das Corgas, já no final da luta contra as chamas. O autarca relatou que ao chamá-los, ficou chocado ao ouvir que estavam inertes porque não conheciam o caminho para a aldeia. Para os ajudar, ofereceu-se para os levar até ao local do incêndio.

Durante a subida pela serra, encontraram mimosas que bloqueavam o acesso. O presidente sugeriu que os bombeiros as removesse, mas foi surpreendido com a resposta de que não possuíam motosserra, já que eram considerados "bombeiros urbanos". Para contornar o problema, Dinis entrou em contacto com um empreiteiro para cortar as árvores obstrutivas.

Depois de avançarem, ao chegar a Espinho, o autarca percebeu que os bombeiros tinham decidido voltar para trás a meio do caminho, seguindo ordens do comando. "Já estava tudo perto e mesmo assim voltaram", expressou Dinis. Ele ainda relatou que, inicialmente, os bombeiros negaram ter uma motosserra adequada, mas acabaram por encontrar uma menor, mesmo que com relutância.

Amândio Dinis questionou o papel dos bombeiros urbanos na luta contra incêndios florestais, ressaltando que o dispositivo em Corgas, que contava com quatro viaturas, só enviou um veículo, que nem sequer conseguiu chegar à aldeia a tempo. "O que fazem eles aqui?", indagou o autarca, visivelmente frustrado.

O incêndio que começou em Piódão começou a comer terreno na freguesia de Pomares e, conforme relatou Dinis, destruiu toda a parte florestal, embora as aldeias tenham sido poupadas. As chamas espalharam-se por mais concelhos da região, incluindo Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Seia e Covilhã.

Às 22h30, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil reportou que o incêndio de Arganil ainda mobilizava 1.019 operacionais, apoiados por 343 viaturas.

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