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Cimeira BRICS no Rio de Janeiro com ausências notáveis de Xi Jinping e Vladimir Putin

Lula da Silva acolhe líderes dos BRICS na cimeira anual, destacando a falta de participação de figuras-chave como Xi Jinping e Vladimir Putin. Discussões centram-se em segurança, desenvolvimento e multilateralismo.

há 4 horas
Cimeira BRICS no Rio de Janeiro com ausências notáveis de Xi Jinping e Vladimir Putin

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu hoje no Rio de Janeiro os líderes dos BRICS para a cimeira anual do grupo, que se destacou pela ausência de dois dos principais dirigentes: o russo Vladimir Putin e o chinês Xi Jinping.

Em um ambiente rigorosamente vigiado, o primeiro líder a cumprimentar Lula da Silva no Museu de Arte Moderna foi o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araqchi, representando um país que se juntou aos BRICS em 2024. A cimeira realizou-se no contexto da recente escalada de tensões entre Israel e Irão, com o primeiro a realizar ataques aéreos contra instalações iranianas, ao que o Irão respondeu com disparos de mísseis.

Dentre os líderes presentes, destacam-se Abiy Ahmed, da Etiópia; Narendra Modi, da Índia, que foi o segundo a chegar; e Prabowo Subianto, da Indonésia. O presidente de Angola e da União Africana, João Lourenço, e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também estão entre os presentes, representando cerca de 30 países e diversas organizações internacionais.

A notável ausência de Putin, que decidiu não comparecer devido a um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional relacionado a crimes na Ucrânia, será compensada por Sergey Lavrov, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia. Já a saída inesperada de Xi Jinping, que frequentemente participou em cimeiras anteriores, também foi uma surpresa e será representada pelo primeiro-ministro Li Qiang.

A agenda da cimeira foca em quatro temas principais: a reforma das instituições que regem a ordem mundial, a promoção do multilateralismo, a luta contra a fome e a pobreza, e o desenvolvimento sustentável. Este bloco de nações representa mais de 40% da população global e cerca de 35% do PIB mundial.

Os líderes dos BRICS têm programadas duas sessões plenárias, começando com "Paz e Segurança e Reforma da Governança Global" e, em seguida, uma dedicada ao "Fortalecimento do Multilateralismo, Assuntos Económico-Financeiros e Inteligência Artificial". A revisão das participações no Banco Mundial e a reprogramação de quotas no FMI também farão parte dos debates.

A agenda inclui ainda um protesto contra a crescente adoção de políticas protecionistas, fazendo referência às medidas de Donald Trump, e um pedido para aumentar o uso de moedas locais nas transações entre os países membros. No último dia da cimeira, será discutido "Meio Ambiente, COP30 e Saúde Global".

Os BRICS foram inicialmente constituídos por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e, a partir do ano passado, seis novos membros efetivos foram admitidos: Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Arábia Saudita e Indonésia. Também são membros associados países como Bielorrússia, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietname.

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