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Ataque no Mar Vermelho obriga tripulação a abandonar navio em chamas

Após um ataque aéreo sério no Mar Vermelho, a tripulação de um navio foi forçada a evacuar enquanto a embarcação começava a afundar, levando a novos temores de escalada huti na região.

06/07/2025 20:15
Ataque no Mar Vermelho obriga tripulação a abandonar navio em chamas

A tripulação de um navio atacado esta manhã no Mar Vermelho evacuou a embarcação quando esta começou a encher-se de água, marcando um dos episódios mais graves na crucial rota comercial, após meses de ataques por parte dos rebeldes hutis do Iémen.

Autoridades suspeitam que os hutis estão por trás do ataque, com uma empresa de segurança a relatar que barcos 'drones' carregados de explosivos atingiram o navio depois de um confronto inicial com armas ligeiras e granadas lançadas por foguetes.

Embora meios de comunicação ligados aos rebeldes tenham noticiado o ataque, ainda não é clara a reivindicação de responsabilidade, que pode demorar dias a ser anunciada.

A possibilidade de uma nova campanha huti contra o transporte marítimo pode fazer com que forças norte-americanas e ocidentais voltem a ser mobilizadas para a região. Esta situação decorre num contexto tenso no Médio Oriente, onde um potencial cessar-fogo entre Israel e Hamas está a ser debatido, enquanto o Irão pondera o futuro das suas negociações nucleares, após ataques aéreos norte-americanos a suas instalações.

"Este ataque pode ser um sinal da capacidade e determinação dos hutis em atacar alvos marítimos estratégicos, independentemente do desenrolar diplomático", frisou Mohammad al-Basha, analista da Basha Report.

O centro de operações comerciais do Reino Unido reportou que uma equipa de segurança armada a bordo do navio, que ainda não foi identificado, enfrentou o ataque a cerca de 100 quilómetros a sudoeste de Hodeida, uma área sob controle huti.

Após a confirmação de danos, o navio foi descrito como em chamas, com a tripulação a deixar a embarcação.

A Ambrey, uma empresa de segurança marítima, emitiu um alerta indicando que o navio mercante foi atacado por oito botes enquanto seguia rumo ao norte no Mar Vermelho. Adicionalmente, dois drones também teriam colidido com a embarcação, enquanto os guardas armados a bordo conseguiram derrubar outros dois.

As forças de segurança britânicas informaram que a tripulação já havia abandonado o navio, que se assemelha à descrição do graneleiro "Magic Seas", de bandeira liberiana, que operava com uma equipa de segurança armada na proximidade do ataque.

Os hutis têm intensificado os seus ataques utilizando mísseis e drones contra embarcações comerciais e militares, com o objetivo declarado de retaliar à ofensiva israelita contra o Hamas na Faixa de Gaza. Desde novembro de 2023 a janeiro de 2025, registaram-se mais de 100 ataques a navios na região, resultando em perdas significativas de vidas e interrupção do tráfego comercial.

Após um período de cessar-fogo, os hutis retomaram as ofensivas em março, após uma campanha dos EUA dirigida ao grupo, embora continuem a atacar alvos em Israel esporadicamente.

Enquanto isso, o conflito duradouro no Iémen entre os hutis e o governo exilado, apoiado por uma coligação liderada pela Arábia Saudita, permanece sem resolução.

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