China pede proteção para cidadãos detidos na Ucrânia
O governo da China solicitou o respeito pelos direitos dos seus cidadãos, após a detenção de dois chineses na Ucrânia por supostos crimes relacionados com segurança.

O governo da China requisitou hoje que sejam salvaguardados os direitos e interesses dos seus cidadãos, na sequência da detenção de dois cidadãos chineses na Ucrânia, um jovem de 24 anos e o seu pai. As autoridades ucranianas afirmaram que os dois homens foram apreendidos por tentarem enviar informação sobre os mísseis Neptuno, utilizados pelas Forças Armadas ucranianas, para a China.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, informou em conferência de imprensa que as autoridades do país estão a "verificar as informações" relativas ao caso, sem partilhar pormenores adicionais.
Segundo o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), os cidadãos chineses estariam a "exportar ilegalmente para a China documentação secreta" sobre os mísseis R-360 Neptuno, projetados pela empresa ucraniana Oficina de Design Estatal de Kyiv, também conhecida como "Luch".
O jovem de 24 anos, que perdeu o estatuto de estudante universitário este ano devido a resultados académicos insatisfatórios, continuou a residir em Kyiv. O SBU relatou que ele tentou "recrutar" um ucraniano envolvido no desenvolvimento do míssil para obter os documentos desejados.
As autoridades de segurança da Ucrânia revelaram que o jovem foi detido em flagrante enquanto transferia os documentos secretos, numa fase inicial da sua atividade de espionagem. A Procuradoria-Geral da Ucrânia corroborou que ele mantém "laços estreitos" com órgãos da segurança e do Estado-Maior da China.
O pai do detido foi apreendido esta quarta-feira no âmbito de uma investigação pré-julgamento. Ele residia na China, realizando frequentes viagens a Kyiv, onde chegou na última segunda-feira.
Desde o início do conflito na Ucrânia, Pequim tem intensificado as suas relações com Moscovo, o que gerou desconfiança junto das potências ocidentais. As autoridades chinesas adotaram uma postura cautelosa em relação à guerra, pedindo "respeito pela integridade territorial de todos os países", incluindo a Ucrânia, e uma consideração das "legítimas preocupações de segurança de todas as partes", aludindo à Rússia. Vários países ocidentais acusam a China de apoiar o esforço militar russo, uma acusação que Pequim nega veementemente.