A República Checa reafirma compromisso com a Ucrânia, anunciando o envio de 1,8 milhões de projéteis de alto calibre, contribuindo para o equilíbrio no conflito com a Rússia.
A República Checa anunciou esta quinta-feira que enviará 1,8 milhões de projéteis de alto calibre para a Ucrânia em 2025. Esta quantidade é a mesma que a do ano passado e foi revelada pelo Presidente checo, Petr Pavel, após um encontro com o Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, no Castelo de Praga.
Pavel informou que “existe uma promessa de apoio até ao fim do ano”, destacando que a iniciativa conta com o financiamento de 11 países, incluindo Canadá, Países Baixos e Dinamarca, que estão a colaborar na aquisição de munições excedentárias fora da Europa.
Salientando que esta é a maior assistência em termos de munições que Kyiv recebe dos aliados ocidentais, Pavel sublinhou o impacto positivo desta ajuda no campo de batalha, mencionando que a proporção de forças mudou de 10:1 para 2:1, dificultando assim o avanço das tropas russas. O Presidente checo, que teve um papel ativo como chefe das Forças Armadas do seu país e como presidente do Comité Militar da NATO, reiterou o apoio incondicional da República Checa à Ucrânia desde o início do conflito.
Até ao momento, Praga já investiu cerca de 1.500 milhões de euros em assistência militar direta e cerca de 6.000 milhões em ajuda financeira e humanitária à Ucrânia. Além disso, o país enviou aviões, tanques, viaturas de combate de infantaria e equipamentos de defesa aérea, acolhendo também cerca de meio milhão de refugiados.
Na mesma conferência, Zelensky expressou ceticismo quanto a uma anunciada trégua de três dias, sublinhando que não confia nas promessas da Rússia. O líder ucraniano também abordou a criação de um centro de treino para pilotos de F-16 em Praga, uma medida necessária devido aos riscos de ataques russos sobre o território ucraniano.
Outro ponto relevante para a Ucrânia é a reconstrução da sua rede hospitalar, fortemente afetada pelo conflito. Este tema será discutido numa conferência marcada para segunda-feira em Praga, promovida pela primeira-dama checa, Eva Pavlová, com a participação da sua homóloga ucraniana, Olena Zelenska.
Zelensky, em relação à situação atual, reiterou que "não é o primeiro desafio, nem as primeiras promessas feitas pela Rússia em relação a um cessar-fogo". Nos seus comentários, deixou claro que "sabemos com quem estamos a lidar, não acreditamos neles".