CDU reafirma apoio a Merz após falhanço na eleição para chanceler

O secretário-geral da CDU, Carsten Linnemann, declarou hoje que não há planos para substituir Friedrich Merz como candidato a chanceler, após o líder do partido não ter alcançado a maioria necessária na primeira volta das eleições. “Merz é o candidato certo no momento certo”, afirmou Linnemann, instando a que uma nova votação ocorra “o mais rapidamente possível”, à margem de uma reunião do grupo parlamentar.

Jens Spahn, líder do grupo parlamentar da CDU e ex-ministro da Saúde, também garantiu que Merz será novamente proposto para a segunda ronda de votações. “A nossa coligação irá apoiá-lo fortemente”, disse aos jornalistas, referindo que a CDU, em parceria com a CSU da Baviera e o SPD, estará unida nesta causa.

Na votação secretada que teve lugar hoje no Bundestag, Friedrich Merz arrecadou 310 votos a favor, menos seis do que os 316 necessários para a sua eleição, resultando na suspensão da sessão. Registaram-se ainda três abstenções, um voto nulo, e nove deputados que não compareceram.

Este revés marca a primeira vez desde a adoção do novo processo de coligação que um candidato não é eleito na primeira volta. A Constituição alemã permite uma nova votação dentro de um prazo de duas semanas, desde que haja um consenso entre as partes em maioria.

Enquanto isso, no Palácio Bellevue, tudo estava preparado para a formalização da nova liderança, com Merz a ser esperado pelo presidente alemão Frank Walter Steinmeier. Tanto os partidos de esquerda como de direita foram apanhados de surpresa com o resultado da votação, que o ainda chanceler Olaf Scholz considerou "absurdo". Scholz admitiu que não esperava este desfecho e acrescentou que seria possível corrigir os estragos.

As fontes da CDU/CSU asseguraram que todos os seus deputados expressaram apoio a Merz, enquanto o grupo parlamentar do SPD se distanciou da responsabilidade pela falha, garantindo a sua presença e participação.

Merz, de 69 anos, tinha obtido um acordo de coligação com os sociais-democratas e deveria ter sucedido Olaf Scholz. O novo chanceler compromete-se a priorizar a unidade e a segurança europeia, abordando as ameaças da administração de Donald Trump e a guerra na Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022.

No que diz respeito à política interna, Merz planeia implementar medidas que visem a redução dos impostos sobre as empresas, uma proposta que poderá encontrar resistência por parte dos sociais-democratas. Também, a sua agenda incluirá um endurecimento nas políticas de imigração, promovendo a rejeição de requerentes de asilo sem documentos, mesmo com a Comissão Europeia a advogar por uma abordagem unificada em matéria de migração.