Carlos Oliveira assume presidência do Conselho de Administração da TAP
O Governo nomeou Carlos Oliveira, ex-secretário de Estado, como novo presidente do Conselho de Administração da TAP, reforçando a separação de funções na gestão da companhia.

O Governo português anunciou a nomeação de Carlos Oliveira, ex-secretário de Estado responsável pelo Empreendedorismo e Inovação, para assumir a presidência do Conselho de Administração da TAP. Esta decisão surge na sequência da vontade de desagregar as funções de presidente do Conselho de Administração e de CEO, posições que estavam a ser acumuladas por Luís Rodrigues desde abril de 2023.
Apesar da mudança na liderança do Conselho, Luís Rodrigues continuará no cargo de CEO, assim como os demais membros do Conselho de Administração. Carlos Oliveira, licenciado em Engenharia de Sistemas e Informática pela Universidade do Minho, tem um percurso profissional notável, tendo sido também presidente da InvestBraga e envolvido em iniciativas de dinamização económica.
O ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, justificou a separação de funções afirmando que esta prática alinha-se com as “melhores normas de governança” aplicáveis em Portugal e na Europa. Este novo modelo de liderança deverá ser implementado rapidamente, com a expectativa de que as alterações se concretizem até à próxima semana.
Vale a pena recordar que, antes da gestão atual, a TAP tinha um modelo em que as funções de CEO e de presidente do convite administrativo eram desempenhadas por Christine Ourmières-Widener e Manuel Beja, respetivamente. Ambos foram despedidos pelo Governo anterior, após a controversa indemnização atribuída a Alexandra Reis, ex-administradora da empresa.
O Conselho de Administração da TAP é integrado por vários membros, incluindo Gonçalo Pires, Mário Cruz, Sofia Lufinha, entre outros.
Além disso, o Governo acaba de aprovar um decreto-lei que assinala o início do processo de venda da TAP, com a intenção de trazer de volta acionistas privados à companhia, que havia sido nacionalizada em 2020 devido aos efeitos da pandemia no setor aéreo. O decreto está agora sujeito à apreciação do Presidente da República, que em outubro vetou uma versão anterior do documento, levantando questões sobre a transparência do processo.
A reprivatização da TAP tem sido um tema recorrente desde 2023, mas o processo sofreu interrupções com a instabilidade política no país. A TAP, que foi parcialmente privatizada em 2015 mas teve a sua privatização revertida em 2016 por parte do Governo de António Costa, voltou a estar em discussão durante o governo de Luís Montenegro, que manifestou interesse em vender uma participação minoritária em 2025, envolvendo negociações com grandes grupos europeus como Air France-KLM, Lufthansa e IAG.