O presidente do Senado do Camboja pede a rápida integração de Timor-Leste na ASEAN, insistindo que as obrigações pendentes podem ser cumpridas após a adesão plena.
O presidente do Senado do Camboja, Hun Sen, expressou hoje a sua convicção de que Timor-Leste deve ser admitido como membro pleno da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) ainda este ano. Na sua intervenção durante uma visita oficial a Díli, Hun Sen enfatizou que as obrigações que faltam para a adesão podem ser resolvidas após a adesão.
O líder cambojano afirmou: "O Governo Real do Camboja e eu, pessoalmente, vamos continuar a mobilizar o apoio dos demais estados-membros da ASEAN para que Timor-Leste se torne o 11.º membro da organização". Ele sublinhou que "não devemos deixar Timor-Leste de fora", recordando que este era o desejo dos fundadores da ASEAN, que almejavam unir todos os países do Sudeste Asiático.
Hun Sen destacou também que o prolongado "período de espera de mais de 10 anos" já é excessivo e que a adesão de Timor-Leste não deve ser adiada. "Espero sinceramente que, ainda este ano, Timor-Leste se junte oficialmente à família da ASEAN", afirmou.
A presidente do parlamento timorense, Fernanda Lay, reconheceu o papel influente do Camboja dentro da ASEAN, agradecendo o apoio à candidatura de Timor-Leste: "O senhor Presidente tem sido um dos principais defensores da nossa integração e esse seu apoio tem sido crucial."
Em novembro de 2022, os estados-membros da ASEAN chegaram a um acordo para admitir Timor-Leste na organização, concedendo ao país um estatuto de observador para participar em reuniões e cimeiras. No entanto, a adesão plena está prevista para 2025, exigindo o cumprimento de um plano que inclui o estabelecimento de acordos, desenvolvimento de infraestruturas e formação de recursos humanos.
A ASEAN, fundada em 1967 por Singapura, Indonésia, Tailândia, Malásia e Filipinas, visa promover a cooperação entre os estados-membros, garantindo paz, estabilidade e desenvolvimento económico e social na região. Além do Camboja e de Timor-Leste, a organização inclui Brunei Darussalam, Laos, Myanmar, Vietname, e outros.
Durante a sua visita, Hun Sen encontrou-se com o Presidente timorense, José Ramos-Horta, e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão. Na sexta-feira, será condecorado com a Ordem de Timor-Leste e proferirá uma palestra sobre as lições da sua experiência política.