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Cabo Verde: Preocupação com a escassez de dados sobre Tráfico de Pessoas

A presidente do Observatório Nacional do Tráfico de Pessoas em Cabo Verde destacou a ausência de dados confiáveis e sublinhou a necessidade de sensibilização da sociedade e de ação das autoridades.

14/07/2025 19:10
Cabo Verde: Preocupação com a escassez de dados sobre Tráfico de Pessoas

Durante uma campanha de sensibilização realizada na cidade da Praia, Elisa Fontes, presidente do Observatório Nacional do Tráfico de Pessoas de Cabo Verde, expressou a sua preocupação com a falta de dados rigorosos sobre o tráfico humano no país. A data da campanha coincide com a aproximação do Dia Mundial da Luta Contra o Tráfico de Pessoas, que se celebra a 30 de julho.

“A escassez de trabalho nos setores essenciais impede a identificação adequada dos casos e, paralelamente, a sociedade carece de sensibilização para que possamos ter informações fidedignas,” afirmou Elisa Fontes.

Desde 2016 até 2024, os registos oficiais reportaram apenas cerca de 13 casos de tráfico, resultando apenas numa condenação, o que evidencia um panorama alarmante. “Casos como o turismo sexual e a prostituição são preocupantes e refletem que o crime de tráfico humano está presente, mas os dados disponíveis não captam a realidade,” acrescentou a presidente.

A responsável indicou ainda que um estudo recente apontou a urgência em capacitar tanto os profissionais como a população para que se obtenham informações mais precisas e representativas da situação no país.

A campanha, dedicada a informar e avaliar o conhecimento da população sobre o tráfico de pessoas, continua na próxima semana com uma mesa-redonda nas ilhas de São Vicente e do Sal, onde serão também projetados documentários.

O Observatório Nacional contra o Tráfico de Pessoas, que está em funcionamento há oito meses, tem como missão melhorar a coordenação de políticas públicas destinadas ao combate deste crime. Com uma equipa composta por profissionais de várias áreas, a entidade visa desenvolver estratégias eficazes de prevenção e proteção para as vítimas, promovendo uma colaboração estreita entre diferentes instituições.

Em janeiro, o observatório estabeleceu um protocolo com a Universidade Jean Piaget de Cabo Verde (UniPiaget) para a criação de estratégias que visem combater o crime organizado.

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