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BRICS e a Perspectiva de Lavrov sobre a Crise na Ucrânia

Durante a cimeira dos BRICS no Brasil, Sergei Lavrov comentou a crescente consciência sobre as causas do conflito na Ucrânia, destacando a posição da Rússia na crise.

há 4 horas
BRICS e a Perspectiva de Lavrov sobre a Crise na Ucrânia

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, expressou, durante uma conferência de imprensa ao fim da cimeira dos BRICS no Rio de Janeiro, a sua satisfação com a “aumentada compreensão das causas profundas” do conflito na Ucrânia por parte de vários países participantes. Lavrov observou que muitos oradores na cimeira abordaram a questão de forma equilibrada e objetiva, evidenciando uma perspetiva mais clara sobre a crise.

O chefe da diplomacia russa destacou que os fundamentos do conflito se encontram nas “ameaças à segurança da Rússia”, algo que, segundo ele, vem a ser fomentado pelo Ocidente ao longo dos anos. A expansão da NATO para leste, com a intenção de “absorver a Ucrânia” e posicionar a sua “máquina militar junto às fronteiras russas”, foi um ponto enfatizado pelo ministro.

No encerramento da cimeira, os BRICS emitiram uma declaração conjunta que condenou de forma veemente os ataques direcionados a pontes e infraestruturas ferroviárias na Rússia, referindo incidentes que resultaram em várias vítimas, incluindo crianças. No entanto, a declaração não mencionou explicitamente a Ucrânia, embora tenha feito referência ao conflito resultante da invasão russa de fevereiro de 2022, sem designar a Rússia como agressora.

A cimeira abordou temas importantes como a reforma das instituições da ordem internacional, a promoção do multilateralismo, a luta contra a fome e a pobreza e o desenvolvimento sustentável. O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera atualmente o bloco, teve que contornar a ausência do líder chinês, Xi Jinping, e do presidente russo, Vladimir Putin, que participou via videoconferência devido a um mandado de detenção do Tribunal Penal Internacional por alegados crimes de guerra.

A Ucrânia, desde a invasão russa, tem recebido apoio financeiro e militar dos seus aliados ocidentais, que também aplicam sanções a setores estratégicos da economia russa, visando limitar a capacidade de Moscovo de sustentar o conflito.

O grupo dos BRICS foi estabelecido em 2009, inicialmente composto pelo Brasil, Rússia, Índia e China, e posteriormente integrando a África do Sul em 2011. Hoje, faz parte do bloco também o Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irão, Indonésia e Arábia Saudita, além de 10 Estados associados, incluindo Bielorrússia e Malásia. Juntos, os BRICS representam mais de 40% da população mundial e cerca de 35% do PIB global.

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