BRICS desafiados a liderar a reforma da governança mundial
Li Qiang, primeiro-ministro da China, instou os BRICS a assumirem um papel de liderança na reforma da governança global e na resolução pacífica de conflitos.

O primeiro-ministro da China, Li Qiang, fez um forte apelo durante a 17ª cimeira de líderes dos BRICS para que os países deste grupo de economias emergentes se coloquem na vanguarda da reforma do sistema de governação global. Li alertou para os "sérios riscos" enfrentados pelas leis e pela ordem internacionais num mundo que enfrenta "mudanças sem precedentes em mais de um século" e uma crescente ineficácia das instituições multilaterais.
Comentários do chefe de governo chinês sublinharam o "valor contemporâneo" da proposta de governança global do Presidente Xi Jinping, que esteve ausente pela primeira vez de uma cimeira dos BRICS. Li destacou a importância do diálogo fundamentado na igualdade e no respeito mútuo, especialmente num contexto de conflitos e divergências.
"Com interesses comuns tão entrelaçados, devemos buscar soluções conjuntas pela via da solidariedade", defendeu Li. Ele instou os BRICS a manterem a sua independência e a assumirem um papel mais ativo na construção de um consenso internacional, recordando a necessidade de agir "com moral e justiça".
Adicionalmente, o primeiro-ministro chinês anunciou a criação de um centro de investigação dedicado às "novas forças produtivas de qualidade" e um programa de bolsas para atrair talento nas áreas da indústria e das telecomunicações, enfatizando a necessidade de promover a inclusão e o intercâmbio cultural entre civilizações.
Li reafirmou a disposição da China em colaborar com os outros membros do grupo na busca por uma governança global mais justa e eficiente. A cimeira, ocorrida num ambiente marcado pela ausência de Xi Jinping e do Presidente russo, Vladimir Putin, culminou com uma declaração abrangendo 126 pontos, que abordou a guerra comercial iniciada pelo ex-Presidente dos EUA, Donald Trump, a escalada de tensões no Médio Oriente e a urgência de reformar instituições como a ONU, o Banco Mundial e o FMI.