BRICS denunciando a manipulação da fome em Gaza e exigindo um cessar-fogo
Líderes do BRICS criticam a utilização da fome como arma de guerra em Gaza e pedem um cessar-fogo imediato e condições para a paz.

Os chefes de Estado e de Governo do grupo BRICS expressaram a sua firme condenação ao "uso da fome como método de guerra" por parte de Israel na Faixa de Gaza, solicitando urgentemente um "cessar-fogo imediato".
Na declaração, enfatizam a necessidade de respeitar o direito internacional, em especial o direito humanitário e dos direitos humanos, e repudiaram todas as violações desse normativo, incluindo o uso da fome como estratégia bélica. O grupo, que engloba 11 nações do sul global, entre as quais se encontram Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul, pediu que as partes em conflito trabalhem em conjunto para garantir um cessar-fogo "permanente e incondicional".
Além disso, pedem a retirada total das forças israelitas da Faixa de Gaza e de outros territórios palestinianos ocupados, bem como a libertação de todos os reféns e detidos, em conformidade com a lei internacional.
Diferentemente de outras situações, como o conflito na Ucrânia, onde não foi designado um agressor, este comunicado aponta diretamente Israel no contexto do conflito em Gaza.
Conforme a ONU relata, mais de 400 pessoas em Gaza perderam a vida ao tentarem acessar pontos de distribuição de alimentos controlados por Israel nas últimas semanas.
Desde os acontecimentos de 7 de outubro, em que o grupo Hamas atacou Israel, resultando em 1.200 mortos e 251 raptados, a ofensiva de Israel provocou mais de 57 mil mortes e cerca de 140 mil feridos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.
As partes estão agora a preparar negociações para uma trégua em Doha, após o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter afirmado que Israel concordou com uma proposta de cessar-fogo de 60 dias, na esperança de que o Hamas também aceitasse o acordo.
O Presidente do Brasil, Lula da Silva, acolheu hoje no Rio de Janeiro os líderes do BRICS para a cimeira anual do grupo, que contou com a ausência de figuras proeminentes como o presidente russo, Vladimir Putin, e o chinês, Xi Jinping. Aproximadamente 30 países e uma dezena de organizações internacionais estão representados neste encontro.
Originalmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o BRICS alargou-se no último ano para incluir seis novos membros efetivos: Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Arábia Saudita e Indonésia. Também são membros associados a Bielorrússia, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietname.