Os boletins de voto que deveriam permitir aos portugueses em Timor-Leste participar nas eleições ainda não chegaram, levantando preocupações sobre a validade do sufrágio.
Os boletins de voto destinados aos cidadãos portugueses residentes em Timor-Leste e enviados de Portugal ainda não foram recebidos nos correios da capital, Díli. Esta informação foi confirmada hoje à Lusa pelo conselheiro das comunidades portuguesas em Timor-Leste, Filipe Silva.
Filipe Silva destacou que, tal como ocorreu no ano passado, a remessa postal está muito atrasada, alertando que mesmo que os boletins cheguem nos dias seguintes, será inviável assegurar que os votos sejam contabilizados em Portugal dentro dos prazos estipulados pela Comissão Nacional de Eleições.
Em comunicação enviada ao secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, o conselheiro expressou que não há previsões sobre a data em que os boletins de voto poderão ser recebidos. "É extremamente preocupante, uma vez que esta situação poderá levar à exclusão de numerosos eleitores do seu direito ao sufrágio", afirmou.
Silva frisou a gravidade do caso, dado que limita um direito constitucional fundamental. Ele propôs que os electores possam entregar os seus votos na embaixada de Portugal em Díli, permitindo que estes sejam enviados via mala diplomática para garantir que cheguem a tempo.
Eleiterou que essa solução garantiria a inclusão dos votos na contagem final, preservando o princípio da universalidade e igualdade no exercício do voto. Se os boletins não forem entregues a tempo, os eleitores poderão apresentar queixa na Comissão Nacional de Eleições.
As eleições legislativas antecipadas estão agendadas para o dia 18 de maio, com a participação de 21 forças políticas.