Áustria mostra-se aberta a intermediação entre Putin e Zelensky

O executivo austríaco anunciou hoje que está disposto a facilitar um encontro entre o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky. Esta posição surge mesmo em contexto de um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra Putin.

O gabinete do chanceler austríaco, Christian Stocker, divulgou um comunicado dizendo que, caso as negociações sejam realizadas em Viena, será feita uma consulta com o TPI, tendo em consideração os acordos que regem a sede de organizações internacionais na capital austríaca. “Qualquer questão acerca da participação de indivíduos com mandados de detenção do TPI deve ser discutida previamente com o tribunal”, reiterou o comunicado, conforme reportado pela agência de notícias APA.

Vale lembrar que, em fevereiro deste ano, a Áustria já tinha permitido a participação de seis representantes russos, sob sanções da União Europeia e dos EUA, numa reunião da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). O Governo justificou que, como anfitrião da sede da OSCE, tinha a obrigação de conceder vistos aos delegados russos, apesar da oposição de vários Estados a essa participação.

Simultaneamente, a imprensa na Hungria noticiou que também está a ser considerada a possibilidade de que as conversações se realizem em Budapeste, conforme revelado por fontes oficiais norte-americanas. O portal Politico informou que a Casa Branca está a planear um encontro trilateral entre Putin, Zelensky e o Presidente dos EUA, Donald Trump, na capital húngara.

A Suíça, por sua vez, também expressou a intenção de garantir imunidade a Putin, caso as negociações de paz ocorram em Berna. O ministro dos Negócios Estrangeiros suíço, Ignazio Cassis, discutiu esta possibilidade numa conferência com o seu homólogo italiano, Antonio Tajani.

É relevante notar que o TPI emitiu um mandado de captura contra Putin este ano, devido ao alegado “rapto de crianças ucranianas” nas áreas invadidas pela Rússia, sendo que estas foram deportadas para a Rússia.

As declarações dos Governos da Áustria e Suíça surgem após uma reunião em Washington que contou com a presença dos Presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, bem como líderes da França, Finlândia, Reino Unido, Alemanha e a presidente da Comissão Europeia.