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Aumento Alarmante da Crise Humanitária no Norte de Moçambique

A ONU reporta uma deterioração crescente da situação humanitária em Cabo Delgado, exacerbada por violência, falta de recursos e desastres naturais.

há 4 horas
Aumento Alarmante da Crise Humanitária no Norte de Moçambique

A situação no norte de Moçambique, particularmente na província de Cabo Delgado, apresenta-se cada vez mais crítica, conforme indicado pelo relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA). A violência dos grupos armados não estatais levou a deslocações forçadas e à interrupção de serviços essenciais, contribuindo para um aumento acentuado na insegurança alimentar e dificultando a entrega de ajuda humanitária fundamental.

Desde 2017, Cabo Delgado enfrenta uma rebelião armada que resultou em milhares de mortos e na deslocação de mais de um milhão de pessoas. Recentemente, em 24 de junho, 568 residentes, entre os quais 324 crianças, fugiram da aldeia de Quinto Congresso, no distrito de Macomia, buscando refúgio na sede distrital, que já se encontra sobrelotada. O número total de deslocados desde janeiro de 2025 já chega a 48 mil, muitos dos quais enfrentam a urgência de comida, água potável e habitação.

O relatório também sinaliza um crescimento alarmante de 22% nos casos de violência baseada no género em Cabo Delgado, em comparação com o ano anterior, refletindo não só o aumento das denúncias mas também a incidência da violência relacionada ao conflito.

O Governo moçambicano tem promovido o regresso das populações às suas áreas de origem, mas as condições encontradas são desoladoras: casas e campos agrícolas devastados e serviços básicos inexistentes. Aqueles que optaram por se reinstalar em locais alternativos descobriram que as condições são igualmente precárias, sem acesso a serviços essenciais.

A situação foi agravada por cicatrizes deixadas por três ciclones que devastaram a região, resultando em cerca de 175 mortes e milhares de casas destruídas. O OCHA destaca que cerca de 70 mil pessoas nos distritos de Lalaua e Muecate, em Nampula, não têm recebido apoio desde março.

Além disso, o financiamento humanitário caiu drasticamente, com uma diminuição de 26% entre 2024 e 2025, limitando severamente a assistência disponível. Deste modo, cerca de 260 mil habitantes perderam o acesso a serviços de higiene e 200 mil encontram-se sem alojamento digno. Programas vitais de apoio à saúde, como a recolha de amostras laboratoriais para pacientes com VIH e tuberculose, foram abruptamente suspensos, afectando 25 mil pessoas por mês.

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