Auchan investe 10 milhões na melhoria salarial, mas trabalhadores exigem mais
Trabalhadores da Auchan em Vialonga, Torres Novas e Valongo estão em greve a pedir um aumento de pelo menos 15%, enquanto a empresa afirma ter investido na melhoria das condições salariais.

A Auchan Retail Portugal anunciou, em declarações à Lusa, que este ano investiu 10 milhões de euros na melhoria das condições de trabalho e salários dos seus colaboradores. Segundo a empresa, o salário médio nas suas instalações é de 1.275 euros.
No entanto, os trabalhadores dos armazéns da Auchan em Vialonga, Torres Novas e Valongo encontram-se em greve, a exigir um aumento salarial de pelo menos 15%.
Uma fonte da Auchan explicou que, tal como aconteceu em 2024, a empresa destinou 10 milhões de euros em 2025 para rever as condições salariais, destacando que o salário base de entrada é 25 euros superior ao salário mínimo nacional.
Atualmente, o salário inicial na Auchan é de 895 euros, com a remuneração média dos trabalhadores dos armazéns a atingir os 1.275 euros, acrescido de benefícios como descontos em compras e um seguro de saúde para toda a família.
A Auchan também mencionou que todos os seus colaboradores são acionistas e que, no ano passado, distribuiu 4,6 milhões de euros dos lucros aos trabalhadores. Desde 2013, a empresa já distribuiu mais de 140 milhões de euros entre os seus colaboradores acionistas.
A exigência dos trabalhadores inclui não só um aumento salarial de, no mínimo, 150 euros, mas também a fixação do salário de entrada em 1.000 euros, com efeito retroativo a janeiro. Para além disso, solicitam um subsídio de refeição de 10 euros por dia, valorização das carreiras, fardamento adequado e melhorias nas condições de trabalho nos armazéns de produtos congelados.
Catarina Fachadas, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), lamentou que a empresa ainda não tenha respondido ao conjunto de reivindicações. Cada um dos armazéns em greve conta com entre 200 e 250 trabalhadores.
A Auchan possui também um armazém em Vila Nova da Rainha, que opera sob a logística da empresa DHL, enquanto nos armazéns em greve as operações são realizadas pelos trabalhadores da Auchan, com recorrência a serviços de outsourcing.