Ataques terroristas provocam caos e deslocação forçada em Cabo Delgado
A comunidade de Maririni, em Cabo Delgado, foi afetada por um ataque armado que resultou na destruição de casas e fuga da população, segundo fontes locais. O clima de insegurança agrava-se na região.

Na manhã de hoje, a localidade de Maririni, situada a 50 quilómetros do distrito de Chiúre, em Cabo Delgado, foi alvo de um ataque por um grupo armado que supostamente se identifica como terroristas. O ataque, que ocorreu nas primeiras horas do dia, foi marcado por disparos de armas de fogo e resultou em várias casas em chamas, levando os habitantes a abandonarem a área.
Uma testemunha, com familiares na aldeia, relatou: “Estão a queimar casas agora.” Aos poucos, os moradores começaram a fugir em direção à vila de Chiúre e ao posto administrativo de Ocua, procurando abrigo e segurança.
Na quinta-feira, insurgentes já haviam atacado a sede do posto administrativo de Chiúre Velho, no qual resultou na morte de pelo menos uma pessoa, além de incêndios que afetaram o posto policial, um centro de saúde e uma escola primária. Em resposta, o governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, confirmou os ataques e reafirmou o empenho das forças de segurança em tentar restabelecer a ordem na região.
“Houve alguns ataques em Chiúre, mas as forças estavam em prontidão,” afirmou Tauabo, assegurando à população que existe proteção do Governo e das Forças de Defesa e Segurança, embora muitos se tenham visto forçados a deslocar-se para áreas consideradas seguras.
O administrador do distrito, Oliveira Amimo, mencionou que os ataques já afetaram praticamente todas as aldeias, resultando em centenas de famílias deslocadas. Apesar de alguns ataques, as forças de defesa conseguiram repelir os insurgentes e garantiram que a sede do distrito não foi ocupada.
A província de Cabo Delgado, rica em recursos de gás, tem sido cenário de uma rebelião armada desde 2017, levando a uma crise humanitária que afetou mais de um milhão de pessoas e provocou milhares de mortes. As atividades extremistas, que se estendem até à província vizinha de Niassa, aumentaram significativamente, com um número alarmante de vítimas nos últimos anos.