Macron sublinha a urgência de evitar nova violência na Síria
O Presidente francês defende a proteção das populações civis e apela ao combate à impunidade, após conversas com o líder interino sírio.

Emmanuel Macron, o Presidente da França, declarou hoje que é "imperativo evitar qualquer repetição da violência" na Síria, enfatizando a necessidade de responsabilização dos envolvidos nas atrocidades recentes. O apelo surgiu após uma conversa com Ahmad al-Sharaa, o homólogo interino sírio, que tem-se sucedido ao regime de Bashar al-Assad.
"Os últimos episódios de violência demonstram a fragilidade da transição que ocorre na Síria. É fundamental proteger as populações civis", destacou Macron na rede social X.
O líder francês reiterou a importância de promover um "diálogo sereno" em nível local, para que seja alcançada a harmonização do país, assegurando os direitos de todos os cidadãos.
A Síria, sob o governo das autoridades de transição lideradas por al-Sharaa, testemunhou recentemente violências intercomunitárias, com confrontos notáveis entre drusos e beduínos sunitas. Entre 13 e 20 de julho, mais de 1.300 pessoas, a maioria drusos, perderam a vida na província de Sweida, no sul do país.
Um cessar-fogo foi implementado no último domingo, medida saudada por Macron como um "sinal positivo", num momento em que a situação entre as várias minorias e as autoridades de transição gera preocupação a nível internacional.
Macron sublinhou a necessidade urgente de um entendimento político com os actores locais, dentro de um marco nacional de governança e segurança. Durante a conversa com al-Sharaa, abordou também a importância de encontrar uma solução para as interações com Israel, manifestando apoio à cooperação na estabilização da fronteira entre a Síria e o Líbano.
Na passada sexta-feira, Paris, Damasco e Washington concordaram em organizar nova ronda de negociações na capital francesa, com o objetivo de integrar a administração curda nas instituições do Estado sírio. O líder das Forças Democráticas da Síria, Mazloum Abdi, que é apoiado por Washington, e al-Sharaa assinaram em março um acordo sobre essa integração, mas as conversações têm enfrentrado dificuldades desde então.
Macron concluiu, afirmando que "é essencial que as negociações entre as autoridades sírias e as Forças Democráticas da Síria avancem de forma comprometida".
Al-Sharaa, que já dirigiu o grupo armado Hayat Tahrir al-Sham, fez a sua primeira visita a um país do Ocidente em Paris, em maio, o que gerou críticas severas contra Emmanuel Macron, especialmente vindas da direita e da extrema-direita francesa.