Ataque à Sede do SNTP na Venezuela: Encapuzados Destruíram Cartaz de Jornalistas Detidos
Um grupo encapuzado vandalizou um cartaz que homenageava jornalistas presos na Venezuela, em meio a crescentes violações da liberdade de imprensa.

Na madrugada de domingo, 6 de julho, a sede do Sindicato de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) em Caracas foi alvo de um ataque por parte de um grupo de indivíduos encapuzados. Estes vandalizaram um cartaz que apresentava os rostos e nomes de 20 jornalistas e trabalhadores da comunicação detidos no país, conforme denunciou o SNTP em comunicado oficial nas redes sociais.
A iniciativa de pendurar o cartaz, realizada na sexta-feira, na Casa Nacional do Jornalista, visava protestar e exigir a libertação dos profissionais detidos, que foram aprisionados por exercerem o seu direito à liberdade de expressão.
O comunicado detalha que, por volta das duas da manhã, entre 20 e 30 indivíduos, de motos e carros, chegaram ao local equipados com uma escada. Eles conseguiram destruir a cerca elétrica para acessar o telhado, onde procederam ao arranque do cartaz, que foi levado em seguida.
Além do SNTP, o edifício abriga também o Colégio Nacional de Jornalistas e o Círculo de Repórteres Gráficos, que participaram na organização deste protesto. Jornalistas, comunicadores e ativistas de diversas organizações da sociedade civil estavam envolvidos na ação.
O SNTP denunciou este ato como uma violação dos direitos dos jornalistas, realçando que representa uma grave intimidação e um ataque à liberdade de expressão. “Este incidente não é isolado, mas sim uma confirmação das sistemáticas violações de direitos que temos denunciado, evidenciando a falta de um Estado de direito na Venezuela”, lê-se no comunicado.
O SNTP reiterou o seu compromisso em defender a liberdade de imprensa e exigiu a libertação imediata de todos os jornalistas injustamente detidos.
Na mesma sexta-feira, diversas organizações e jornalistas clamaram pela libertação dos 20 profissionais encarcerados, destacando a necessidade de pôr fim à perseguição, além de práticas legais que "criminalizam a liberdade de expressão". Mais de 40 jornalistas enfrentam perseguições, sendo que 20 estão sob custódia, enquanto outros sofrem medidas cautelares e ameaças de captura.
Os comunicadores alertaram que a legislação penal e antiterrorista tem sido utilizada para silenciar os profissionais da informação. Em 10 de junho, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) exigiu também a libertação imediata de três jornalistas detidos por reportar notícias nos dois meses anteriores, num contexto de crescente repressão contra a imprensa.