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Apelo da Sérvia à Comunidade Internacional face à Violência de Manifestantes

A presidente do parlamento sérvio, Ana Brnabic, exigiu hoje uma ação firme da União Europeia e EUA contra a violência dos manifestantes que criticam o governo por autoritarismo e corrupção.

há 1 hora
Apelo da Sérvia à Comunidade Internacional face à Violência de Manifestantes

A presidente do parlamento da Sérvia, Ana Brnabic, solicitou uma "resposta firme" da União Europeia, Reino Unido e Estados Unidos em relação à "violência brutal" perpetrada por manifestantes que acusam o governo de corrupção e autoritarismo. Este apelo foi feito durante uma reunião com diplomatas dos EUA, Alemanha, França, Itália e Reino Unido.

Brnabic, membro do Partido Progressista Sérvio (SNS), destacou que os manifestantes têm atacado regularmente edifícios governamentais, como as sedes da polícia, tribunais e do Ministério Público, assim como a sede do SNS, presidida pelo nacionalista Aleksandar Vucic.

Na reunião, Brnabic enfatizou que esses atos representam uma ameaça à ordem constitucional, à liberdade de expressão e à segurança dos cidadãos, pedindo uma "resposta clara e decisiva" da comunidade internacional, conforme mencionado em um comunicado oficial.

A atual onda de protestos começou após o trágico desabamento de um teto na estação ferroviária de Novi Sad, em 1 de novembro do ano passado, que resultou na morte de 16 pessoas. O clamor inicial por responsabilidade e transparência na execução do projeto, feito por empresas chinesas, rapidamente se transformou em uma crítica ao governo, exigindo melhores condições no Estado de Direito e a realização de eleições antecipadas.

Nos últimos dias, as manifestações intensificaram-se com episódios de violência, levando a que mais de 80 pessoas ficassem feridas, alegadamente devido a atos brutais supostamente realizados por membros do Sindicato Nacional Socialista dos Trabalhadores (SNSS) e forças policiais contra manifestantes pacíficos.

O Ministério do Interior confirmou no domingo a detenção de 56 indivíduos acusados de comportamento violento, enquanto seis agentes da polícia ficaram feridos durante os eventos tumultuosos em cidades como Belgrado, Novi Sad e Valjevo, onde um edifício do Ministério Público foi incendiado.

Michael O'Flaherty, comissário para os Direitos Humanos do Conselho da Europa, lamentou recentemente o uso excessivo da força policial, pedindo que as autoridades evitem a repressão e cessem as detenções arbitrárias.

O governo sérvio atribui a violência exclusivamente aos manifestantes, insinuando que possuem apoio de potências ocidentais. Em declarações à rádio Pink, Brnabic sugeriu que o desastre na estação ferroviária não foi acidental, mas sim um ato intencional de subversão orquestrado do exterior para instigar uma revolta contra o governo, uma alegação que vem sendo amplamente divulgada pela mídia próxima ao executivo.

Organizações estudantis e opositores exigiram que Brnabic apresente provas concretas a respeito dessas acusações ao Ministério Público, alertando que, em caso contrário, poderá ser acusada de espalhar desinformação.

O presidente Vucic prometeu medidas "surpreendentes" contra os manifestantes que, nos últimos nove meses, têm denunciado o governo como autoritário, comparando-os a nazis e terroristas.

"Resistiremos a todas as pressões externas e àqueles que tentam nos intimidar", afirmou Vucic, caracterizando os manifestantes como "autênticos terroristas". O presidente, que já governa há 13 anos, referiu que os "bandidos" têm tomado as ruas, prevendo que a situação possa escalar a mais violência, incluindo homicídios.

Vucic descartou a possibilidade de declarar estado de emergência, mencionando que tal decisão é complexa e requer aprovação parlamentar. No entanto, garantiu que existem outras estratégias sendo preparadas, com a intenção de elaborar uma resposta formal e legal nos próximos dias. Comparou ainda a atual situação na Sérvia com a ascensão do terror na Alemanha Nazi durante a década de 1930.

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