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Von der Leyen sublinha devolução de crianças ucranianas como condição essencial para a paz

Em Washington, Ursula von der Leyen insistiu que a repatriação das crianças ucranianas deportadas deve ser uma prioridade nas negociações de paz entre Ucrânia e Rússia.

18/08/2025 22:30
Von der Leyen sublinha devolução de crianças ucranianas como condição essencial para a paz

No decurso de uma reunião em Washington, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apelou à devolução de “todas as crianças ucranianas”, referindo-se aos menores que foram deportados e separados de suas famílias nas áreas ocupadas pela Rússia na Ucrânia.

Durante o encontro, que contou com a presença do Presidente norte-americano e do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assim como de vários líderes europeus, Von der Leyen enfatizou que a questão da devolução das crianças deve ser uma das “principais prioridades” nas negociações de paz.

A Ucrânia reclama a restituição de aproximadamente 20 mil crianças que foram retiradas à força pela Rússia, um assunto que provocou a emissão de mandados de captura pelo Tribunal Penal Internacional contra Vladimir Putin e a comissária russa para os direitos da criança, Maria Lvova-Belova, em março de 2023.

Em sua fala, Von der Leyen também destacou a necessidade urgente de alcançar uma paz “justa e duradoura” que ponha fim ao derramamento de sangue, assinalando a importância do apoio dos Estados Unidos em termos de garantias de segurança, que Kyiv considera cruciais para prevenir futuras agressões russas.

Antes do encontro alargado com Zelensky e os líderes europeus, o chanceler alemão, Friedrich Merz, manifestou-se a favor de um cessar-fogo como condição para avançar nas negociações. O Presidente francês, Emmanuel Macron, expressou o desejo de que a próxima fase inclua diálogos entre as lideranças da Europa, EUA, Ucrânia e Rússia.

O Presidente finlandês, Alexander Stubb, presente na reunião, mostrou-se otimista quanto à capacidade da Ucrânia, da Europa e dos EUA de encontrar uma solução pacífica, evocando a história do seu país durante a Segunda Guerra Mundial. “Em 1944, conseguimos uma solução, e estou confiante que também em 2025 alcançaremos a paz duradoura que a Ucrânia merece”, afirmou Stubb.

No que tange às garantias de segurança, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, sublinhou que são uma “pré-condição para qualquer tipo de paz”, referindo-se à possibilidade de aplicar à Ucrânia o princípio de proteção mútua consagrado no artigo 5.º da NATO. O enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, confirmou que durante a cimeira entre Putin e Trump, realizada no Alasca, foram discutidas garantias de segurança que resguardariam a Ucrânia de novas agressões, sem, no entanto, integrá-la na NATO.

Meloni apelou à manutenção de uma frente unida entre os EUA e a Europa para alcançar a paz, destacando a nova era que as reuniões atuais assinalam após anos de conflito. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, também acentuou a importância do encontro, referindo-o como um "passo histórico" rumo à segurança na Ucrânia e na Europa.

Após as discussões, Trump anunciou que prevê realizar novas conversas com Putin, continuando o diálogo vital para a resolução do conflito.

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