O primeiro-ministro António Costa defende investimentos em interconexões energéticas para evitar apagões na Europa, apelando à segurança da rede e à redução da dependência de combustíveis fósseis.
Durante uma visita a Barcelona, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, sublinhou a necessidade de potenciar as interconexões energéticas dentro da União Europeia (UE) como forma de minimizar o risco de apagões semelhantes ao ocorrido na Península Ibérica na semana passada.
“Precisamos de avançar na integração e interconexão energética da União, pois isso não só ajuda a melhorar a segurança da rede, como também previne incidentes e falhas elétricas,” afirmou Costa numa conferência organizada pela associação cívica Cercle d'Economia.
Além disso, o primeiro-ministro destacou a urgência de aumentar os investimentos para garantir que os preços da eletricidade não dependam da instabilidade dos combustíveis fósseis, especialmente num dia em que a Comissão Europeia irá revelar um plano para reduzir a dependência da energia russa até 2027.
Na sua intervenção, Costa fez referência às lições da "solução ibérica", que permitiu aos cidadãos e empresas beneficiar de uma energia mais acessível e sustentável, mencionando o mecanismo excecional criado após a crise energética de 2022, que mitigou o impacto do gás na produção elétrica.
O líder europeu fez também uma analogia entre a UE e a Sagrada Família, descrevendo-a como um projeto monumental e idealista que, apesar dos seus desafios e estagnações, avança constantemente graças à visão ambiciosa das suas gerações.
Importa recordar que um apagão generalizado na segunda-feira anterior deixou Portugal continental, Espanha e Andorra sem energia, afetando ainda partes da França, resultando em aeroportos fechados, congestionamento no transporte e escassez de combustíveis.