O ex-dirigente da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, confirma que esclareceu todas as questões no âmbito da Operação Picoas, na qual está acusado de corrupção e falsificação.
Alexandre Fonseca, ex-presidente da Altice Portugal, afirmou à agência Lusa que não sentiu surpresa ao assumir o estatuto de arguido no âmbito da Operação Picoas. Esta declaração surge após o seu depoimento no Departamento Central de Investigação e Ação Penal, onde foi ouvido sobre questões relacionadas com a empresa.
"Após quase dois anos, finalmente fui confrontado com as questões sobre a Altice e tive a oportunidade de esclarecer todos os pontos levantados", afirmou.
Fonseca explicou que "não é uma novidade" o seu estatuto, uma vez que já esperava prestar declarações que iriam contribuir para a investigação, que envolve suspeitas de corrupção e falsificação de documentos, relacionadas com alegadas irregularidades que terão prejudicado o Estado em mais de 100 milhões de euros, segundo o Ministério Público.
"Seria incompreensível que o CEO da empresa durante o período em questão não fosse chamado a participar neste processo", acrescentou o gestor.
Ele também destacou que aguardava desde julho de 2023 por esta oportunidade, para esclarecer a sua atuação entre 2017 e 2022, em relação aos factos que foram apresentados na imprensa há cerca de dois anos, e que serão devidamente aclarados. "Este é o meu estatuto processual, não para defesa pessoal, mas para contribuir, com calma e precisão, para um desfecho justo e célere da investigação", concluiu.
A operação tornou-se pública a 13 de julho de 2023, com a detenção do cofundador da Altice, Armando Pereira, e de outras pessoas. Alexandre Fonseca suspendeu as suas funções na Altice cinco dias depois, onde ocupava o cargo de co-CEO da Altice Europe e presidia o Conselho de Administração da Altice Portugal e da Altice USA.
Mais tarde, em janeiro de 2024, anunciou nas suas redes sociais que tinha chegado a um acordo para deixar a empresa.