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Activistas ambientais solicitam a Macron ação contra destruição de contracetivos pelos EUA

Activistas dirigiram-se ao Presidente francês, pedindo uma intervenção para salvaguardar contracetivos femininos que estão em risco de destruição, após decisão dos EUA.

26/07/2025 19:20
Activistas ambientais solicitam a Macron ação contra destruição de contracetivos pelos EUA

Um grupo de activistas ambientais enviou hoje uma carta ao Presidente francês, Emmanuel Macron, instando-o a tomar medidas imediatas para evitar a destruição de contracetivos femininos armazenados na Bélgica e que podem ser incinerados em França. Estes produtos, que incluem implantes e dispositivos intrauterinos (DIU), têm um valor estimado em 9,7 milhões de dólares (cerca de 8,3 milhões de euros) e estavam destinados a "países de baixo e médio rendimento como parte das iniciativas da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional" (USAID), cuja atuação foi fortemente limitada pela administração de Donald Trump.

Na carta, à qual a agência de notícias France-Presse (AFP) teve acesso, a dirigente do Partido Verde, Marine Tondelier, junto a vários deputados, considera que a decisão dos EUA é "uma violação dos princípios essenciais de solidariedade, saúde pública e direitos sexuais e reprodutivos que França se esforça por promover". Eles pedem a Macron que não se torne "cúmplice, mesmo de forma indirecta, de políticas retrógradas".

Marine Tondelier expressou a sua indignação à AFP, afirmando: "Cortar na ajuda a contracetivos é uma vergonha; destruir produtos que já foram produzidos e financiados é incompreensível".

Os activistas apelaram ainda a Macron, "no contexto de uma iniciativa conjunta com a Comissão Europeia", para que solicite a suspensão da destruição e apoie diretamente as organizações humanitárias que estão dispostas a redistribuir estes contracetivos.

A administração Trump tem sido criticada não só pela destruição desses produtos, mas também por ter recentemente eliminado toneladas de alimentos destinados a crianças subnutridas por estarem fora de prazo. Isto acontece num momento em que os EUA estão a reduzir drasticamente a ajuda internacional, com o Congresso a fazer cortes significativos desde 18 de julho, principalmente para programas destinados a países estrangeiros.

Além disso, o governo Trump desmantelou a USAID, despedindo milhares de trabalhadores e eliminando vários programas que promovem o planeamento familiar e o aborto.

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