Política

A Controvérsia dos Nomes de Crianças na Assembleia da República

André Ventura, do Chega, afirma que a inversão demográfica é preocupante, enquanto outros partidos criticam o uso de nomes de crianças imigrantes como discurso de ódio.

há 20 horas
A Controvérsia dos Nomes de Crianças na Assembleia da República

Na Assembleia da República, o presidente do Chega, André Ventura, reafirmou recentemente que Portugal enfrenta um sério problema de inversão demográfica, apontando que não se conseguem encontrar nomes tradicionais como “André, João ou Maria” nas listas de alunos de escolas. Esta afirmação surgiu como resposta à leitura de nomes de menores imigrantes por deputados do seu partido durante um debate, provocando a indignação de várias bancadas.

Ventura, em evento que visava apresentar candidatos autárquicos do Chega em Coimbra, sustentou que a ausência de nomes típicos indica uma alteração preocupante na demografia nacional. Ao criticar a indignação suscitada pela menção de nomes de crianças imigrantes, questionou: “Porque é que não se podem dizer os nomes no Parlamento?”.

Os partidos da oposição não hesitaram em caracterizar as declarações do Chega como “discurso de ódio”. O ex-ministro Pedro Duarte, candidato à Câmara do Porto pelo PSD, expressou a sua perplexidade com a falta de empatia dos representantes do Chega, considerando a situação “inaceitável”. A sua crítica foi apoiada por Alexandra Leitão, do PS, que sublinhou que a instrumentalização de crianças para fins políticos é “vergonhosa e perigosa”.

A deputada Isabel Moreira também levantou a voz contra o Chega, enfatizando que a exposição de nomes de crianças no Parlamento não só as coloca em risco, como é uma forma de crime de ódio. O partido Livre se manifestou em defesa da inclusão, afirmando que “um nome não é um rótulo” e que Portugal pertence a todos.

O PAN e o Bloco de Esquerda acompanharam as críticas, enfatizando que a retórica do Chega ataca valores fundamentais de convivência e respeito na sociedade. A questão surge no contexto de propostas de alteração à lei da nacionalidade, que continuam a ser debatidas na Assembleia.

As propostas de alteração à nacionalidade e imigração foram discutidas, mas não votadas, gerando novos contornos a esta polêmica.

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