Zelensky destaca a urgência das "garantias de segurança" antes de encontro com Trump
O Presidente ucraniano reitera a importância de garantias ocidentais de segurança antes da reunião com Donald Trump, sublinhando a questão da Crimeia e as expectativas do encontro.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, enfatizou hoje a importância de garantir apoio de segurança do Ocidente antes da sua reunião com o líder norte-americano, Donald Trump, em Washington. "Desejo que possamos discutir a estrutura das garantias de segurança. Isso é, sem dúvida, o mais crucial", afirmou Zelensky, segundo informou a agência France-Presse (AFP).
O ucraniano pronunciou-se durante uma reunião com o representante dos EUA, Keith Kellogg, que precede a conversa com Trump. O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andri Sibiga, também expressou a esperança de que o encontro entre Zelensky e Trump contribua para o progresso nas garantias de segurança, assim como para uma cimeira trilateral com Vladimir Putin.
Sibiga expôs que o principal objetivo da reunião é obter "avanços e uma maior clarificação sobre os parâmetros das garantias de segurança futuras". Ele abordou também as expectativas sobre quando poderá ocorrer um encontro trilateral envolvendo Trump, Zelensky e Putin, possibilitando a participação de outros aliados da Ucrânia.
Sobre as reivindicações territoriais da Rússia, Sibiga reafirmou que a posição da Ucrânia permanece inalterada. "A Crimeia é parte da Ucrânia. O Presidente Zelensky já deixou isso claro várias vezes, conforme estipulado na Constituição", declarou, referindo-se à impossibilidade legal de ceder territórios.
A Crimeia foi anexada ilegalmente pela Rússia em 2014, e após a invasão ucraniana em fevereiro de 2022, Moscovo declarou como suas as regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson.
O Ministro ucraniano ainda argumentou que seria inaceitável que a Rússia exigisse restrições ao exército ucraniano ou às capacidades defensivas do país como parte de um eventual acordo de paz.
No último fim de semana, Zelensky delineou que um cessar-fogo e a devolução de cidadãos ucranianos capturados são condições essenciais para a retoma das negociações com a Rússia, com as garantias de segurança a serem um componente crítico para o fechamento de um acordo.
Trump mencionou que Zelensky poderia pôr fim ao conflito com a Rússia "quase de imediato" caso aceitasse desistir do objetivo de recuperar a Crimeia e não avançasse com a adesão à NATO.
Este encontro acontece após uma cimeira entre Trump e Putin que ocorreu na sexta-feira no Alasca, sem resultados palpáveis. Após o encontro, Trump revised suas exigências para um cessar-fogo imediato e agora apela a um acordo negociado de paz.
O enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, comentou que Trump conseguiu promover a ideia de que "os Estados Unidos poderiam oferecer uma proteção semelhante à do artigo 5.º" da NATO, que garante que um ataque a um dos membros da aliança é considerado um ataque a todos.
Embora não haja uma automática intervenção militar, o compromisso pode incluir apoio logístico ou fornecimento de armamento, conforme relatado pela AFP.
Em Washington, Zelensky estará acompanhado pelos líderes da França, Finlandia, Alemanha, Reino Unido e Itália, além da Presidente da Comissão Europeia e o secretário-geral da NATO.