Zelensky alerta sobre a falta de progresso para um cessar-fogo
O presidente ucraniano frisa que a relutância da Rússia em acordar um cessar-fogo antes das negociações de paz agrava a situação, enquanto se prepara para encontros com aliados.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, expressou, no sábado, a sua preocupação face à recusa da Rússia em aceitar um cessar-fogo antes de avançar para negociações de paz. Numa publicação na rede social X, o líder ucraniano afirmou que "a Rússia ignora os múltiplos apelos por um cessar-fogo e ainda não estipulou um prazo para acabar com a matança, o que complica a situação".
Zelensky enfatizou que, se a Rússia não demonstra "vontade de obedecer a uma simples ordem para cessar os ataques, será muito difícil obter progresso em questões mais complexas, como a construção de uma convivência pacífica ao longo de várias décadas com o seu país vizinho".
Apesar da adversidade, o presidente ucraniano assegurou que a sua administração, juntamente com os aliados, continua a laborar em prol da paz e da segurança. "Interromper a matança é fundamental para pôr fim à guerra", sublinhou, enquanto se prepara para uma reunião em Washington com o presidente dos EUA, Donald Trump, que recentemente se encontrou com o líder russo, Vladimir Putin, no Alasca.
Zelensky comentou também a proposta de Trump para realizar uma cimeira trilateral com Putin, afirmando que "é crucial que todos concordem na necessidade de um diálogo ao nível dos líderes para clarificar os detalhes e definir os passos a seguir".
Em relação a este tema, o chanceler alemão Friedrich Merz manifestou que um possível encontro entre Putin, Zelensky e Trump deveria ter lugar na Europa, uma sugestão que já avançou.
O presidente ucraniano salientou ainda que, para facilitar as negociações de paz, são prioritárias a implementação de um cessar-fogo em todas as frentes e a libertação dos cidadãos ucranianos. Além disso, sublinhou a necessidade de garantias de segurança robustas, com a participação não apenas da Europa, mas também dos Estados Unidos, e exigiu que quaisquer decisões sobre questões territoriais não sejam tomadas sem o envolvimento da Ucrânia.
A reunião entre Trump e Putin, que aconteceu na sexta-feira, não resultou em um acordo sobre o cessar-fogo, tema que o presidente norte-americano considera essencial para acabar com a guerra que começou com a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022.