"W.S. Merwin: A Poesia que Ecoa no Coração de Portugal"

A antologia 'Lamento por uma pedra', que marca a estreia do renomado poeta norte-americano W.S. Merwin no mercado português, já se encontra disponível nas livrarias. Com tradução, organização e uma introdução do poeta Jorge Sousa Braga, esta edição bilingue, publicada pela Assírio & Alvim, compila mais de seis décadas de trabalho literário de Merwin, falecido em 2019.

A obra reúne poemas de 17 das suas criações mais icónicas, abrangendo desde os primeiros livros como 'The Dancing Bears' e 'Green with Beasts', até ao seu último trabalho 'Garden Time', e incluindo títulos premiados como 'The Carrier of Ladders' e 'The Shadow of Sirius'.

Descrito na apresentação da antologia como um "dos mais importantes poetas contemporâneos de língua inglesa" e um "inovador das últimas décadas", Merwin destacou-se pelo seu compromisso com a ecologia e as causas sociais, bem como pela sua paixão pela poesia sem barreiras.

Merwin foi também um tradutor respeitado, trazendo ao público obras de grandes clássicos e poetas da literatura mundial, incluindo Eurípides e Sá de Miranda. O seu legado não se limita às palavras; lutou contra a Guerra do Vietname e a injustiça colonial, expressando a sua indignação em publicações emblemáticas, como a revista The Nation, onde denunciou a opressão portuguesa em África.

Nascido em Nova Iorque a 30 de Setembro de 1927, a sua formação na Universidade de Princeton moldou o seu estilo e influenciou a sua visão poética. Com uma carreira literária marcada por diversas mudanças, incluindo uma significativa transformação em sua forma de escrever e a escolha de viver na natureza, Merwin dedicou-se à recuperação ambiental no Havai, onde passou os últimos anos da sua vida.

Com uma vasta bibliografia que inclui mais de 50 títulos, o impacto de Merwin na literatura foi reconhecido com diversos prémios, como o Prémio Nacional do Livro e o Prémio Pulitzer. Na sua visão, a poesia era uma forma de conexão com a terra: "No último dia do mundo / gostaria de plantar uma árvore / não para que dê frutos / [...] quero a árvore que fica de pé na terra pela primeira vez."