Cultura

"Veias Abertas: Projeções e Exclusões no Projeto 'Contado por Mulheres'"

Mais de 400 profissionais da cultura criticam a falta de diversidade no novo projeto de telefilmes 'Contado por Mulheres', enfatizando a necessidade de vozes plurais e inclusivas.

há 5 horas
"Veias Abertas: Projeções e Exclusões no Projeto 'Contado por Mulheres'"

Quatrocentas personalidades da área cultural manifestaram hoje a sua insatisfação relativamente ao projeto audiovisual 'Contado por Mulheres', coordenado pela produtora Ukbar Filmes e pela RTP. As críticas centram-se na ausência de mulheres negras, racializadas, com deficiência e trans nas novas produções, que consistem em 20 telefilmes realizados por mulheres portuguesas.

Numa carta aberta divulgada esta manhã, destacadas figuras do panorama cultural, entre as quais as atrizes Cléo Diára, Isabél Zuaa e Sara Carinhas, o realizador João Salaviza e o encenador Pedro Penim, expressaram a sua preocupação sobre a falta de representação. Consideram que “a decisão de não incluir mulheres de grupos marginalizados reflete uma escolha política e estratégica que limita as vozes que podem contar histórias”.

O projeto 'Contado por Mulheres', que contará com a exibição de filmes inspirados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, foi apresentado recentemente em Cuenca, Espanha. Segundo a Ukbar Filmes, os telefilmes abordarão questões contemporâneas, incluindo a crise da habitação, o desemprego juvenil e a saúde mental.

Apesar das intenções de promover a inclusão e a igualdade de oportunidades para realizadoras mulheres, a carta aberta levanta sérias questões sobre os critérios de seleção aplicados na escolha das artistas que irão participar no projeto. Os signatários exigem que sejam esclarecidas as práticas de inclusão e transparência no processo de seleção.

Entre os signatários da carta figuram nomes como a professora Inocência Mata, a argumentista Fernanda Polacow, a escritora Gisela Casimiro, e diversos artistas que defendem que é imperativo garantir a visibilidade e o reconhecimento das vozes historicamente marginalizadas.

A Lusa solicitou uma resposta à RTP e à Ukbar Filmes, mas até ao momento não obteve esclarecimentos.

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