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Violência sexual como estratégia de guerra: Relatório aponta acusações graves contra o Hamas

Especialistas revelam que o Hamas teria empregado a violência sexual em contextos de guerra, destacando a urgência de um novo enfoque legal para lidar com estas atrocidades.

há 6 horas
Violência sexual como estratégia de guerra: Relatório aponta acusações graves contra o Hamas

Um relatório recente proveniente de Israel revela que o Hamas utilizou a violência sexual como uma estratégia tática durante os ataques ocorridos a 7 de outubro de 2023. Os especialistas do Projeto Dinah fundamentaram esta conclusão através de declarações de sobreviventes, testemunhas, relatos de socorristas e evidências forenses, incluindo materiais audiovisuais, conforme noticiado pela agência Associated Press.

Para alicerçar a sua investigação, os peritos também se apoiaram em estudos realizados por grupos de direitos humanos, assim como por instituições das Nações Unidas e de organizações israelitas. O relatório sugere que a abordagem jurídica em relação à violência sexual em cenários de conflito deve ser diferenciada dos crimes sexuais convencionais, para permitir a inclusão de provas que não se baseiem exclusivamente no testemunho das vítimas.

Os autores do estudo enfatizam que a maioria das vítimas foi silenciada ou assassinada durante ou após as agressões, o que cria “desafios probatórios únicos”. Assim, propõem que se admitam formas variadas de evidência e que a responsabilização criminal se estenda a todos os envolvidos nos ataques, em vez de focar somente em indivíduos específicos.

A primeira-dama de Israel, Michal Herzog, expressou a necessidade de amplificar as vozes das vítimas, assegurando que as mulheres israelitas devem clamar por justiça em nome daqueles que não podem fazê-lo.

Este relatório surge em um momento crítico, enquanto Israel e o Hamas estão em negociações para um cessar-fogo no contexto de uma guerra que já dura 21 meses, iniciada com um ataque exemplar por parte do Hamas e outros grupos militantes, resultando em aproximadamente 1.200 mortos e 251 reféns.

O exército israelita indicou que ao menos 50 reféns ainda permanecem em cativeiro, muitos dos quais se supõe que tenham falecido. A ofensiva israelita em Gaza resultou em mais de 57.300 fatalities e na destruição de grande parte da infraestrutura crucial na região. O relatório salienta que 15 ex-reféns relataram ter sofrido ou sido testemunhas de agressões sexuais, incluindo violência física, nudez forçada, assédio verbal e ameaças de casamento forçado. As evidências indicam ainda agressões sistemáticas, com vítimas frequentemente encontradas nuas e amarradas, bem como relatos de violações coletivas e humilhações públicas.

Representantes do Hamas não comentaram imediatamente sobre as alegações. Não obstante, a organização já negou anteriormente qualquer envolvimento em atos de violência sexual. Em 2024, um relatório da ONU mencionou “motivos razoáveis” para crer que o Hamas terá cometido atos de estupro e outros tipos de maus-tratos contra mulheres durante o ataque.

O procurador do Tribunal Penal Internacional identificou três líderes do Hamas, que foram eliminados por Israel, como responsáveis por "violação e outros atos de violência sexual enquanto crimes contra a humanidade" no âmbito do ataque de 7 de outubro.

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