Vieira rejeita responsabilização pelos insucessos do Benfica
O ex-presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, manifesta indignação face ao inquérito instaurado, afirmando que não será o bode expiatório por falhanços do clube.

Luís Filipe Vieira, que foi presidente do Benfica até 2021, declarou hoje a sua firme recusa em ser considerado um "argumento expiatório" pelos insucessos do clube. Ele expressou a sua "incredulidade e indignação" devido a um processo de inquérito que lhe foi instaurado.
No passado dia 22 de junho, o Benfica anunciou a abertura de um inquérito relacionado com uma Assembleia Geral ocorrida em 27 de setembro de 2019. Vieira, em comunicado divulgado à agência Lusa, afirmou que se sente visado num procedimento que pode levar à sua expulsão de sócio.
“É neste contexto que venho manifestar, publicamente, a minha incredulidade e indignação”, disse Vieira, sublinhando os seus "mais de 20 anos de trabalho e conquistas, incontornáveis e inesquecíveis, em prol do Sport Lisboa e Benfica".
O ex-líder das 'águias' afirmou que não permitirá que o seu nome seja utilizado como um "bode expiatório" pelos fracassos desportivos e pela degradação patrimonial e de credibilidade que a atual direção, em final de mandato, tem para apresentar.
“Ao contrário do que se observa no presente, posso invocar uma 'obra' reconhecida pelos benfiquistas; devolvi, em conjunto com uma equipa de trabalho competente e coesa, a respeitabilidade financeira, institucional e desportiva ao Sport Lisboa e Benfica. Estes atributos estão agora em dúvida, especialmente com processos como este”, defendeu.
Vieira considerou o inquérito "injusto e ilegal", afirmando que a longevidade dos factos em questão não justificava que, ao longo de mais de cinco anos, ninguém lhe tivesse feito perguntas sobre o assunto.
“Todos compreenderão que este processo é uma autêntica 'fuga para a frente'! Fuga às responsabilidades e ao debate esclarecido sobre o futuro do Sport Lisboa e Benfica”, acrescentou.
O clube emitiu um comunicado oficial, indicando que a próxima reunião da direção, liderada por Rui Costa, depende dos compromissos da equipa de futebol no Mundial de Clubes, nos Estados Unidos.
Vieira questionou, ainda, a quem serve este processo, indagando sobre os "reais promotores", o envolvimento de titulares de outros órgãos sociais, a fundamentação jurídica e o respeito pelos estatutos do clube em relação à separação institucional com a SAD.
“Afirmo publicamente e garanto especificamente aos 'ideólogos' deste ataque cobarde e manipulador que vou zelar pela defesa do meu nome, passado e presente associativo no Sport Lisboa e Benfica e no desporto em Portugal”, assegurou.
Vieira anunciou que irá solicitar reuniões com os presidentes do Conselho Fiscal, da Direção e da Mesa da Assembleia Geral, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre a origem e a compatibilidade do alegado inquérito com os estatutos e a lei.
Luís Filipe Vieira foi presidente do Benfica de 2003 a 2021, altura em que se demitiu após ser detido na Operação Cartão Vermelho, tendo sido sucedido interinamente por Rui Costa, que seria eleito em outubro de 2021.