Trump propõe eliminar o voto por correspondência e máquinas de votação
O Presidente dos EUA, Donald Trump, manifestou a intenção de abolir o voto por correspondência e as máquinas eletrónicas de votação, alegando necessidade de maior honestidade nas eleições.

No dia de hoje, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a sua intenção de extinguir o voto por correspondência e as máquinas eletrónicas utilizadas nas eleições. Esta proposta surge na sequência de acusações de fraude eleitoral relacionadas com as eleições presidenciais de 2020.
Na sua plataforma Truth Social, Trump afirmou: "Vou liderar um movimento para acabar com o voto por correspondência e, por conseguinte, com as máquinas eleitorais, que considero imprecisas, caras e controversas. O método em papel é mais rápido e não deixa dúvidas sobre os resultados ao final da noite [eleitoral]".
O ex-presidente republicano revelou que planeia assinar uma ordem executiva, sem fornecer detalhes específicos, para "promover a honestidade nas eleições intercalares" que ocorrerão em novembro de 2026. É importante notar que Trump nunca reconheceu a sua derrota face ao democrata Joe Biden e, sem evidências, denunciou fraudes em larga escala, particularmente no que diz respeito ao voto por correspondência, um método que é amplamente utilizado nos Estados Unidos.
Adicionalmente, Trump alertou que a sua proposta encontrará resistência por parte dos democratas, que, segundo ele, cometem actos ilícitos em "níveis nunca antes vistos".
No final de março, o Presidente já havia assinado um decreto que visa restringir o voto por correspondência e estabelecer controlos mais rigorosos sobre as listas eleitorais por parte dos estados. A organização das eleições nos EUA é responsabilidade dos estados, embora o Congresso defina certos parâmetros.
Contudo, Trump desafiou essa noção, argumentando que a autoridade federal deve prevalecer sobre a dos estados na contagem de votos: "Os estados actuam como agentes do Estado federal na contagem e processamento dos votos, devendo obedecer ao que o Presidente dos Estados Unidos determina, para o bem do nosso país".
Especialistas, no entanto, consideraram que o decreto de março representa um abuso de poder por parte da administração Trump. Rick Hasen, professor de direito eleitoral na Universidade da Califórnia em Los Angeles, descreveu-o como um "golpe de força do executivo", enquanto várias associações manifestaram a intenção de contestá-lo na justiça.