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Sócrates considera "ridícula" acusação de corrupção relacionada com o TGV

O ex-primeiro-ministro José Sócrates contestou em tribunal as acusações de corrupção associadas ao projeto do TGV, sublinhando a falta de fundamento das alegações.

há 7 horas
Sócrates considera "ridícula" acusação de corrupção relacionada com o TGV

Hoje, em tribunal, o antigo primeiro-ministro José Sócrates qualificou de "ridícula" a acusação de corrupção que o envolve no caso do TGV, defendendo que a acusação de ter sido corrompido pelo grupo Lena para abandonar o projeto é sem fundamento.

O foco da acusação está numa cláusula que previa uma indemnização ao vencedor da construção do troço Poceirão-Caia, que foi adjudicada a um consórcio que incluía o grupo Lena, após um concurso realizado há mais de 15 anos. No entanto, o Tribunal de Contas acabou por invalidar o projeto, resultando numa indemnização que ultrapassa os 150 milhões de euros.

Sócrates, que listou "cinco absurdos" nas acusações, ironizou a afirmação de que o grupo Lena teria realizado em 2007 "pagamentos corruptos elevados" para um "projeto que nem chegou a concretizar-se", pois os referidos pagamentos visavam obter uma indemnização do Estado que até hoje não foi recebida.

Outras alegações que o ex-primeiro-ministro considera absurdas incluem a ideia de que teria um "desejo oculto" para que o projeto do TGV, uma das principais bandeiras da sua administração, não avançasse. Rejeitou também a noção de uma "conspiração" que envolvesse um arguido afastado pelo seu Governo.

Durante o interrogatório, Sócrates afirmou que a acusação é uma "manobra de desespero" do Ministério Público, que, segundo ele, não tem evidências concretas para fundamentar as acusações.

O político de 67 anos enfrenta 22 crimes, incluindo três por corrupção, por supostamente ter recebido compensações financeiras para favorecer o grupo Lena, o Grupo Espírito Santo (GES) e o projeto Vale do Lobo, no Algarve. No total, o processo envolve 21 arguidos, que respondem por 117 crimes económicos e financeiros.

O julgamento, que começou em 3 de julho no Tribunal Central Criminal de Lisboa, ocorre 11 anos após a detenção de José Sócrates. Até ao momento, os arguidos têm negado a prática de qualquer crime.

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