Economia

SATA justifica atrasos com dificuldades na manutenção e ambientais

O presidente da SATA indicou que a falta de peças e as condições do ambiente salino nas ilhas têm originado problemas na operação da companhia aérea açoriana.

27/06/2025 17:10
SATA justifica atrasos com dificuldades na manutenção e ambientais

No dia de hoje, o presidente do Conselho de Administração do Grupo SATA, Rui Coutinho, abordou os constrangimentos que a companhia aérea açoriana está a enfrentar, durante uma sessão na Comissão de Economia da Assembleia Regional, em Ponta Delgada. Coutinho explicou que a manutenção das aeronaves está a ser dificultada pela falta de peças, e que, por vezes, nem os próprios fabricantes têm a certeza sobre quais componentes são necessários.

"Enfrentamos uma situação em que, além das questões com os fornecedores, as nossas aeronaves operam num ambiente salino, o que resulta numa corrosão significativa que é notada durante as revisões", esclareceu o líder da SATA aos deputados do Chega que pediram a sua presença.

Coutinho referiu que a companhia está a lidar com os mesmos problemas que grandes companhias aéreas enfrentam, como os atrasos na entrega de motores e peças essenciais, dando o exemplo de uma aeronave da Sata Air Açores que está parada há mais de nove meses em manutenção.

Durante a audição, o administrador lamentou que os novos modelos A320 e A321 NEO exigem mais manutenção comparativamente aos antigos, o que aumenta os custos operacionais da empresa. "O A320 e o A321 NEO têm sido problemáticos em termos de motorização; antes, os motores eram mantidos a cada 20 anos, agora é preciso uma nova manutenção ao fim de sete anos", comentou.

Apesar dos desafios, Rui Coutinho anunciou que, segundo os dados da companhia, o número de cancelamentos e atrasos nos primeiros meses deste ano foi inferior ao do ano anterior, e espera que o verão IATA deste ano traga menos complicações. "Este verão será melhor; já temos uma aeronave a mais em operação. No ano passado, houve um dia em que só podíamos operar com três aeronaves", lembrou, referindo que em junho a média foi de sete aeronaves, e que, a partir de julho, haverá oito disponíveis.

O CEO da SATA também discutiu a atualização das tarifas de handling, mencionando que a estrutura acumulou quase um milhão de euros em prejuízos em 2024, por não ter actualizado os preços desde 2000, devido à "ingerência" de governos regionais anteriores. "A SATA não pode ser uma barriga de aluguer para a economia dos Açores sem compensação ou obrigações de serviço público", advertiu ele.

Por fim, Rui Coutinho criticou a interferência constante de partidos políticos na gestão da transportadora, afirmando que a companhia é alvo de críticas e escrutínio constante, e concluiu que "quem não atrapalha já está a ajudar".

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