São Tomé solicita continuidade de apoio à agricultura de exportação

Nilton Garrido, o ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pesca de São Tomé e Príncipe, solicitou à União Europeia e a Portugal a continuidade do Projeto de Apoio às Fileiras Agrícolas de Exportação (PAFAE) na sua fase II. Durante a cerimónia de encerramento do PAFAE, que ocorreu na sexta-feira, Garrido sublinhou a importancia desta nova fase para consolidar os avanços já alcançados. "É essencial garantir que as conquistas obtidas não se percam e, até que se estabilize a nova fase, pedimos o apoio de Portugal para financiar o 'projeto ponte' que permita a continuidade das atividades", afirmou o ministro.

Garrido destacou ainda que, nos últimos quatro anos de implementação do PAFAE, houve um progresso significativo no setor agrícola do arquipélago. Foram renovadas plantações de 108 hectares de cacau, 36 hectares de café e mais de dois hectares de pimenta, e mais de 1.700 produtores beneficiaram de formação. O projeto também facilitou intercâmbios internacionais e nacionais, resultando na produção de sete manuais técnicos e um guia sensorial de cacau, entre outros recursos pedagógicos.

O ministro também assinalou a promoção da equidade de género através da criação de quatro comités e realização de 70 sessões comunitárias. O PAFAE investiu na melhoria de infraestruturas agrícolas, estabeleceu sistemas de rega e construiu secadores melhorados, beneficiando significativamente os centros de processamento da pimenta.

Nilton Garrido destacou ainda a legalização de 36 associações e a criação da primeira associação de produção orgânica no país, além da realização de 20 feiras de produtos biológicos e a atribuição de subvenções de mais de 500 mil euros a associações e microempresários.

O embaixador de Portugal em São Tomé e Príncipe, Luís Leandro da Silva, afirmou que o PAFAE é um dos melhores projetos de cooperação no país, com impactos visíveis e profundos na vida dos agricultores, afirmando que este legado deve ser preservado e continuado.

Co-financiado com 4,8 milhões de euros pela União Europeia e pela Cooperação Portuguesa, o PAFAE foi implementado pelo Instituto Marquês de Vale Flor (IMVF) em colaboração com o governo são-tomense. "Os resultados foram obtidos graças a um esforço coletivo, do qual todos devemos nos orgulhar", concluiu a administradora executiva do IMVF, Carolina Quina.