Durante um encontro no Kremlin, os líderes da Rússia e da China manifestaram preocupações sobre a guerra comercial iniciada pelos EUA e suas consequências para o comércio global.
No final de uma reunião no Kremlin, os Presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping, emitiram uma declaração conjunta onde expressam a sua preocupação com os efeitos prejudiciais da guerra comercial desencadeada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Na comunicação, ambos os países alertam para o crescente risco de fragmentação no comércio internacional, bem como para o aumento de práticas comerciais discriminatórias e barreiras injustas. Segundo a declaração, "a imposição de tarifas sem justificação por parte de determinados Estados em relação aos seus parceiros comerciais compromete os direitos e interesses da comunidade internacional e da Organização Mundial do Comércio, o que representa uma ameaça à estabilidade global".
A Rússia e a China consideram essas políticas como "medidas de intimidação". Entretanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, esclareceu que os líderes ainda não exploraram a questão das tarifas impostas pelos EUA de forma aprofundada.
Na próxima semana, em território suíço, está agendada uma reunião oficial entre os Estados Unidos e a China, a primeira desde o início da nova escalada nas tensões comerciais, onde discutirão a deterioração das relações bilaterais e o aumento das tarifas que agora atingem 145%, conforme determinado por Trump.
Hu Ya Dong, porta-voz do Ministério do Comércio da China, reiterou que "a nação não aceitará comprometer princípios e justiça em prol de um acordo". Ele acrescentou que os EUA devem "reconhecer o impacto negativo significativo das suas políticas tarifárias tanto para si mesmos quanto para o resto do mundo" e "estar dispostos a corrigir os seus erros".
Foi recordado que Trump impôs tarifas de 145% sobre produtos chineses, levando a uma retaliação por parte de Pequim, que aplicou tarifas de 125% sobre produtos americanos.