Ricardo Araújo Pereira reage a críticas em tribunal no caso dos Anjos
O humorista expressou preocupação sobre a interpretação dos seus comentários e discutiu a responsabilidade de Joana Marques em relação a ofensas a banda Anjos durante o julgamento.

Na terceira sessão do julgamento que envolve os músicos da banda Anjos, Nélson e Sérgio Rosado, e a humorista Joana Marques, o conhecido comediante Ricardo Araújo Pereira deu a sua versão em tribunal.
Ao terminar o seu testemunho, Ricardo dirigiu-se aos jornalistas, afirmando que "A Joana não tem responsabilidade alguma pelos comentários desagradáveis que terceiros possam fazer, incluindo ameaças de morte." O humorista defendeu a sua colega, esclarecendo que "a interpretação que as pessoas fazem dos nossos comentários não está sob o nosso controlo".
A advogada dos Anjos questionou Ricardo repetidamente sobre a sua interpretação dos prejuízos que a banda alegadamente sofreu. O comediante expressou a sua indignação ao apontar que, apesar de existirem documentos provando problemas técnicos durante a performance do hino nacional no MotoGP em Portimão, a banda não avançou com qualquer ação contra a empresa responsável, o que lhe parece pouco coerente.
"Se alguém prejudicar o trabalho deles, não parece preocupar-lhes, mas se alguém goza com a situação, então vale um milhão de euros", afirmou Pereira. Na origem do litígio está um vídeo de Joana Marques que satirizava os problemas de desempenho da banda.
Ricardo Araújo Pereira também comentou a tentativa de descredibilização que sofreu da parte da defesa, notando que a advogada parecia querer ofender-lhe. "Sentir-me descredibilizado? Sou humorista, isso já eu sou há muito. Não sou engenheiro nem ministro", comentou. Em relação a uma possível má interpretação das suas palavras em um podcast, sublinhou: "Duvido muito que as minhas declarações tenham o sentido que aquela citação parecia indicar".
Quando questionado sobre como reagiria se fosse autor da piada, reiterou que remover o vídeo seria aceitar uma culpa que não existe e isso criaria um perigoso precedente para a liberdade de expressão.
Ricardo alertou que a condenação de Joana Marques seria "uma catástrofe" não só para comediantes, mas para qualquer cidadão, pois poderia ser mal interpretado que a crítica é ilícita. Fernando Alvim também deverá ser ouvido neste processo, com Joana mostrando intenção de dar a sua versão, algo que não fez nas sessões anteriores.