Resgate de Migrantes em Creta Aumenta Com Chegada de Mais de 500
Mais de 520 migrantes foram resgatados do mar ao largo de Creta, elevando o total de chegadas ilegais à ilha para mais de 1.600 desde o último domingo, segundo autoridades gregas.
A Guarda Costeira grega resgatou cerca de 520 migrantes que se encontravam à deriva em um barco de pesca, localizado a cerca de 17 milhas náuticas ao sul da pequena ilha de Gavdos, na região sul de Creta. A operação foi realizada por um navio sob bandeira das Bahamas, conforme informou uma porta-voz da Guarda Costeira à agência de notícias EFE.
Inicialmente, o plano era levar os migrantes resgatados para um porto em Creta, mas, por motivos logísticos, foram encaminhados para o porto de Lavrio, perto de Atenas, com a proteção de um barco da Guarda Costeira.
Desde o último domingo, mais de 1.600 migrantes foram resgatados nesta região, e as estatísticas mostram um aumento significativo de chegadas. Entre 1 de janeiro e 22 de junho, as autoridades gregas registaram 7.051 novos migrantes na ilha, um número mais do que triplo em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), 19.000 pessoas chegaram de forma irregular à Grécia entre 1 de janeiro e 30 de junho de 2025, das quais 7.140 apenas em Creta.
É importante salientar que Creta não possui centros de acolhimento permanentes, como é o caso de Samos e Lesbos, o que complica as autoridades da ilha na tarefa de receber e atender as necessidades básicas dos refugiados.
Na terça-feira, o ministro das Migrações grego, Thanos Plevris, se reuniu em Tripoli com ministros de Itália e Malta, além do comissário europeu para os Assuntos Internos e Migração, Magnus Brunner, e o primeiro-ministro do Governo de Unidade Nacional da Líbia, Abdul Hamid Mohamed Dbeibah. O encontro teve como objetivo discutir a problemática da migração irregular e explorar possíveis colaborações regionais.
“Creta está a sofrer uma enorme pressão e queremos evitar isso. A proximidade da Líbia com a Grécia implica que o que afeta aquele país repercute também em nós”, destacou Plevris durante a reunião.
A delegação europeia, liderada por Brunner, pretendia ainda encontrar-se com Osama Hamad, chefe do Governo no leste da Líbia. Contudo, Hamad foi impedido de participar, alegando o não cumprimento de normas diplomáticas que exigem autorização oficial para que membros de missões internacionais possam atuar no país.