Reino Unido lança nova abordagem para combater baixas médicas

O governo do Reino Unido está a implementar uma inovadora medida-piloto com o objetivo de alterar a forma como as incapacidades para o trabalho são tratadas. Em vez de emitirem baixas médicas, os médicos serão encorajados a recomendar atividades físicas, como frequentar o ginásio, ou a participar em terapias assistidas.

Wess Streeting, secretário de Estado da Saúde, criticou o atual sistema, que resulta em milhões de baixas anuais, chamando-o de "falhado". Ele sublinhou que "aproximadamente 2,8 milhões de indivíduos estão desempregados devido a problemas de saúde, o que é prejudicial tanto para os doentes como para a economia". Adicionalmente, cerca de 11 milhões de adultos em idade ativa no Reino Unido não encontram emprego, incluindo 2,8 milhões classificados com baixas por doença prolongada, muitas das quais relacionadas com problemas de saúde mental como depressão e ansiedade.

A proposta, relatada pelo The Independent, foi testada em 15 localidades e visa integrar médicos de clínica geral a trabalhar com equipas especializadas, incluindo terapeutas ocupacionais e profissionais de apoio ao emprego, para facilitar o regresso ao trabalho dos doentes. Além disso, o governo pretende que sejam prescritas atividades desportivas e de jardinagem, oferecendo assim alternativas para manter os pacientes ativos e envolvidos.

O governo britânico planeia também recrutar terapeutas ocupacionais e "prescritores sociais" para "ajudar efetivamente as pessoas a retornarem ao emprego ao gerir as suas condições de saúde", de acordo com o Personnel Today. Dirigentes do NHS destacaram que a inatividade contínua contribui para agravar problemas de saúde mental, frisando que ajudar as pessoas a encontrarem trabalho deve ser essencial nos seus planos de tratamento. Entre as principais causas do absentismo por doença de longa duração estão questões de saúde mental e distúrbios músculo-esqueléticos, como dores nas costas e lesões.